quarta-feira, 23 de maio de 2007

A necessidade de investimento na pesquisa e produção de conhecimento no ensino superior

Produzido em Novembro de 2001.

Demo ( 1996 ), nos diz que “compreendida como capacidade de elaboração própria, a pesquisa condensa-se numa multiplicidade de horizontes no contexto científico(...) O pesquisador aparece exclusivamente na condição de manipulador competente de dados factuais(...)”.

Sabendo que a pesquisa como princípio científico e educativo integra o processo emancipatório, ela constrói o sujeito auto suficiente, crítico, capaz de reagir conta a situação do objeto.

Não usando a pesquisa como meio de aprendizagem, voltamos ao ato de usar os alunos como auditório cativo, que apenas ouve e copia, e nada aprende, somente decora os textos e conhecimentos.

Como Demo ( 1996 ) nos coloca, “o professor é sobretudo motivador, alguém a serviço da emancipação do aluno, nunca é a medida do que o aluno deve estudar”, ou seja, o professor tem o dever de estimular o aluno a buscar o conhecimento e a partir dele montar seu próprio, pois é o que vai levar consigo após o termino de sua graduação.

No ensino superior, recebemos acadêmicos do ensino fundamental despreparados para a pesquisa, perdidos com as diferenças de normas, diante de sua liberdade acadêmica. Então, tendo em vista esse fato, cabe ao educador, logo no primeiro semestre de aula apresentar a pesquisa lenta, mas progressivamente aos acadêmicos egressos. Mas para isso, a universidade, como instituição deve colaborar, oferecendo o material para a busca do conhecimento, sejam livros e revistas na biblioteca, seja acesso a internet.

A pesquisa ainda pode ser considerada mais importante, pois quebra a limitação do apenas aprender. Como Demo ( 1996 ) nos mostra, o aluno, “numa analogia forte, é como penico que tudo aceita sem reclamar, e acha que não passa disso”. Por incrível que pareça, a cola pode ser encarada positivamente, pois ali o aluno monta o conhecimento aprendido em aula, com palavras próprias, o que leva a um entendimento da matéria. Logicamente, não se tem o intuito de elogiar a cola, pois ela frauda a pesquisa, mas como Demo ( 1996 ) explica, “ na sua reação à imbecilidade do instrutor, pode ser indicio que a pesquisa é possível e, no fundo é a saída. Se até na cola, para ser inteligente, a pesquisa é indispensável.”

Com a pesquisa, tende-se a buscar uma nova era no ensino superior, onde o educador é encarado como mestre, que constrói o conhecimento, e através da pesquisa, faz os acadêmicos construírem o seu próprio. É mister voltar a enfatizar a universidade como agente cedora de material, mas cabe ao novo mestre motivar o aluno a buscar mais conhecimento também fora da área acadêmica, em revistas, televisão, palestra e até conversas com acadêmicos de outras áreas, diferente de sua própria.

Defendeu-se nesse paper a necessidade de investimentos na pesquisa e produção de conhecimento no nível superior, pois somente assim a universidade pode assumir o papel de educadora, e não mais mera treinadora dos educandos. Com a pesquisa sendo incentivada, os professores do futuro irão montar seus próprio conhecimento, e assim incentivar a pesquisa tanto no ensino médio, como fundamental, o que vai tornar a população acadêmica mais critica e questionadora, sobre tudo, desde teses científicas, até política e filosofia.


REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS


DEMO, Pedro. Princípio Científico e Educativo. 7º edição. Cortez Editora. São Paulo, 1996. 120p.

DEMO, Pedro. Pesquisa e Construção do Conhecimento. Edições Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 1994. 126p

Um comentário:

CaldeiraMundi disse...

"até na cola (...) a pesquisa é indispensável"
poisé... e viva à carreira acadêmica, mwhahahahaha
Caldeira