quarta-feira, 23 de maio de 2007

2.1 – SUPERMERCADOS NO BRASIL

Na década de 70 houve expressivo crescimento da participação dos supermercados na distribuição de alimentos no Brasil. Segundo dados da Nielsen¹, no inicio dos Anos 70 os supermercados representavam 26% das vendas de gêneros alimentícios. Com o desenvolvimento que passaram a ter desde então, chegaram a marca de 86% em 1997.

2.1.1 – Estabilização Econômica provoca mudanças

No período inflacionário os varejistas obtinham seus ganhos financeiros mais elevados trabalhando o rápido giro de estoque em relação aos prazos de pagamento. Com a eficiente remarcação quase diária dos preços a viabilização dos resultados encobria ineficiências nas operações administrativas das lojas. Com advento do Plano Real em julho de 1994, a estabilidade econômica

E o baixo índice inflacionário alcançado provocado promoveram mais algumas mudanças características do setor. Isso gerou um aumento na competitividade e impeliu os supermercadistas a buscarem maior eficiência administrativa para seus estabelecimentos.

Nogueira ², Apud Rojo (1998 p.12) previu essa mudança, ao ressaltar que:


numa situação econômica estável, com preços relativos alinhados sem as enormes diferenças ditadas pelo descontrole inflacionário, é preciso, antes de mais nada, controlar os custos do negócio. Quanto menor for os gastos da operação, maior será a capacidade de competição, a garantia de lucratividade. Uma questão fundamental é que a busca de redução de custos e maior eficiência não pode arranhar a qualidade da operação, desde o sortimento até o relacionamento com o público

Após a entrada do Plano Real e a conseqüente estabilização da econômica, houve um acirramento da concorrência, o volume de vendas cresceu, enquanto as margens de lucro foram pressionados para baixo, o que levou as empresas a perseguirem vantagens competitivas por meio de serviços melhores e a busca incessante por excelência administrativa.

2.1.2 – O Consumidor está mais exigente

Cada vez mais as empresas estão se esforçando no sentido de fidelizar seus consumidores, justificado pelo fato de que o custo pode atrair novos consumidores pode chegar a ser cinco vezes superior ao custo de manter o cliente feliz. Reichheld ³ et all, apud Rojo ( 1998 p.13 ), mostra que “ uma empresa pode chegar a melhorar seus lucros entre 25 e 85% ao reduzir a taxa de abandono de seus consumidores em apenas 5% .”

Não resta dúvida de que o consumidor está mais crítico, e com a entrada do código de Defesa do Consumidor no início dos anos 90, a tendência é o consumidor tornar-se ainda mais seletivo e ciente dos seus direitos.

2.1.3 – Evolução dos Supermercados no Brasil

Conceituando as diferenças entre Supermercado e Hipermercado, Rojo ( 1998 p.86 ), nos diz que


Supermercados são lojas com o método de auto serviço no varejo de alimentos. Os produtos oferecidos pelo supermercado inclui uma ampla variedade de produtos como: Mercearia, Carnes frescas, Hortifrutícolas, Frios, Lacticínios e não alimentos básicos ( perfumaria e limpeza), e Hipermercados são lojas que, além dos produtos alimentícios em auto-serviço, oferece uma ampla variedade de não alimentos da linha hard ( ex.: eletro - eletrônicos, cine - foto - som, utensílios domésticos, etc. ), e da linha soft ( ex.: confecções, cama, mesa, banho).”


2.1.4 – A Competitividade nos Anos 90

Após implantação do plano real em 1996 e anteriormente, já existia a percepção entre os supermercadistas de que há uma competitividade cada vez mais acirrada. Essa competitividade, exige cada vez mais a busca de maior produtividade em um mercado em que a redução das margens de lucro é uma constante no cenário atual que perdura. Quanto mais enxutos e ágeis forem os supermercados maiores as possibilidades de crescimento e sobrevivência.


2.1.5 – Rentabilidade do Setor Supermercadista

Fazer uma análise da rentabilidade dos supermercados é de suma importância para o tema em questão. Anualmente são movimentados bilhões de dólares em supermercados no Brasil, mas a rentabilidade é muito pequena percentualmente, ou seja, a diferença entre o lucro e o prejuízo está diretamente associada às variações, mesmo pequenas, na eficiência da gestão do negócio. No quadro 2.1 abaixo, é mostrada a estrutura básica dos lucros e perdas de um supermercado no Brasil.

Quadro 2.1 – Lucros e perdas de um supermercado

Contas

Em %

Vendas

100,00

Impostos sobre vendas

19,75

Custo liquido da mercadoria

60,25

Margem bruta

20,00

Despesas operacionais

17,00

Lucro liquido antes do imposto de renda

3,00

Imposto de renda mais contribuições

1,50

Lucro liquido

1,50

Fonte: Abras – Revista Superhiper – Fev/95 p. 98



Um comentário:

Lais disse...

Olá Marcelo!
Mto interessante seu trabalho e proveitoso, porem, há o NUMERO da referência nas citações, mas não há a referência. Desse modo, não poderei utiliza-lo em meu TCC.. Mas valeu o conhecimento!! Parabéns