Karsaklian (2000 p.11 ) diz que “ ser consumidor, é ser humano, ser consumidor é alimentar-se, vestir-se, divertir-se... é viver”.
O consumidor como parte de todo ser humano, tem motivação, para buscar determinadas ambições, como conquista de seu espaço e sua realização pessoal. Cada consumidor, único em si, tem a percepção da realidade que o cerca diferentes dos outros - o que pode ser agradável para si, pode ser uma ofensa para outros. Sendo assim, o consumidor desenvolve atitudes positivas e negativas em relação aos produtos à propaganda, as lojas e tudo que diz respeito a si. Cada consumidor traz dentro de si elementos que vão interagir com estímulos exteriores (marcas, publicidade). Contudo, apesar da individualidade do consumidor, ele é um ser social. O consumidor está inserido na sociedade, e seu comportamento, de certa forma é padronizado pelos grupos de referência (escola, trabalho etc.). Além dos grupos de referência, a classe social do individuo também afetam seu comportamento. Mas tudo isso ainda estão inseridos em algo mais amplo, conhecido pelo nome de cultura, que determina normas e valores, que devem ser seguidos e respeitados pelos indivíduos que a compõem, o que gera, de uma cultura para outra, diferentes reações de comportamento ao mesmo objeto.
Entretanto, quando se fala em consumo, deve-se ter a idéia de que para ele acontecer, deve ter existido o ato da compra. São vários os estudos para tentar entender o mecanismo que rege a compra. Com isso foram gerados vários modelos de comportamento do consumidor, que descrevem passo a passo as etapas percorridas até chegar no ato da compra. Esse caminho que passa pelo processamento da informação, que é a forma como seleciona e combina informações recebidas do meio externo, também tem um passo chamado unidade de decisão de compra, que são todos os envolvidos na compra do produto. E tem demais passos, como situação de compra, socialização dos consumidores, a quantidade da propaganda vinculada nos meios de comunicação, até chegar na compra do produto.
Na idade média, as crianças eram consideradas adultos pequenos, não havendo a consciência de suas diferenças. Os filhos se separavam dos pais muito cedo, e os educadores da época os levavam assistir a execução de criminosos para ensinar-lhes a serem cidadãos corretos.
Entre os séculos XV e XVI, pais e filhos tornaram-se mais próximos e, no final do século XVII, houve um reconhecimento da criança como um ser diferente do adulto.
A criança do século XIX começa a polarizar a atenção dos adultos, mas a educação ainda é severa. No início deste século, instituiu-se a necessidade da criança brincar. As mudanças sociais, como urbanização, os anticoncepcionais e a carreira feminina, tornaram a maternidade uma escolha, e não uma fatalidade, como era antes.
2.2.1.1 – A socialização da criança
Wells, apud Karsaklian ( 2000 p.218 ) nos afirma, ainda em 1965 que
“as crianças consomem grande números de doces mas pareceria que sua influencia transcende a barreira dos produtos que lhe são destinados, pois quando os pais não tem preferências por uma marca, a opinião das crianças pode ser determinante.”
Hoje essa informação é obsoleta, já que conhecemos a realidade, na qual o papel da criança é preponderante nas compras da família.
Em 1980, Le Bigot descreve o processo de crescimento da criança, dos quais no começo as possibilidades de consumo são limitadas, mas conforme crescem, o centro de interesse e seus recursos financeiros crescem também, ampliando sua esfera de consumo.
a)
b)
c)
2.2.1.3 – A criança e a compra
Quero esse produto. Essa frase dita por crianças não basta para torná-las consumidoras, mesmo a escolha sendo coerente e resultar de um processamento de informações sem falhas. Ela precisa ter noção do dinheiro e do valor dos produtos. Ela precisa saber repartir o dinheiro que possui ou tem acesso em três tipos de despesas ( despesas a curto e longo prazos e economias ) determinadas pelo objetivos estipulados. O acesso ao dinheiro pela criança deve seguir alguns parâmetros necessários, como o montante necessário para elas gastarem livremente, mas que não seja irrisório, o que estimula o gasto imediato, e nem muito alta, para desenvolve o hábito de economizar e a paciência para esperar. Esse dinheiro deve ser dado periodicamente em relação ao valor, pois assim as crianças podem desenvolver visão de longo prazo.
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