sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados...Antonio Barreto

 * Recebido por email.


Antonio Barreto
Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados
Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara/Bahia-Brasil.
Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.
Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.
Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.
Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.


 
BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL.
            
Autor: Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.
            
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.
            
Há muito tempo não vejo
Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
            
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém'
Um escravo da ilusão.
            
Em frente à televisão
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.
            
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
            
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
            
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
            
Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
            
Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Da muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
            
Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social

Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério - não banal.
            
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
            
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.
            
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.
            
Talvez haja objetivo
"professor", Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
            
Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.
            
  Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer"
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
            
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.
            
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
            
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
            
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados

Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
            
A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
            
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.
            
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
            
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal.
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal.
            
FIM
 
 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aos PROFESSORES

Recebido por email:
Antonio Justino Deon
Ex-Vereador em Videira

          A paralisarão dos Professores da Rede Estadual de Ensino, merece uma profunda reflexão por parte da sociedade. Afinal de contas, o que é que existe por trás deste imbróglio todo? Qual é o grau de comprometimento dos professores e do governo, para com a Educação e com a Sociedade?

          Ignorar o movimento de paralisação dos professores, apostando todas as fichas no esvaziamento, no cansaço e no repúdio da sociedade é, no mínimo deixar transparecer o comportamento de um governo pífio e do  "pouco to me lixando" para com a educação e com a própria sociedade.

          Ausentar-se das salas de aulas, mesmo sabendo ser um dos poucos instrumentos de negociação disponível, é no mínimo deixar transparecer que a educação dos nossos filhos se reveste, num instrumento de resistência para demonstrar à sociedade, que o ambiente de trabalho e a qualidade de ensino, aliado à justa  remuneração e a qualificação profissional, não fazem parte do nosso imaginário.

          A propósito, não é de hoje que a classe dos professores e dos funcionários públicos contabiliza prejuízos e indiferença dos nossos governantes. Importante destacar aqui, a distância quilométrica que separa o professor e o político na questão da eficiência e de resultado, nos aspectos do conhecimento em benefício de toda a sociedade.

          Dar a César o que é de César. Significa dizer que: o cumprimento de uma decisão judicial a todos obriga, na sua integralidade - aspecto jurídico. Reconhecer o direito do magistério sem pestanejar, é no mínimo, reconhecer a prática de um governo pusilânime, desprovido de reais compromissos com a educação e com a própria sociedade – aspecto político.

          O resultado de uma política maquiavélica disseminada por todo o território brasileiro, enaltecendo o enriquecimento sem causa, é, o fio condutor que alimenta o corporativismo partidário, com vistas, em nível de sutiliza, a um controle político-ideológico, de uma grande parcela desta mesma sociedade.

          A massificação e o distanciamento da educação à nossa sociedade, através de políticas  sensacionalistas, contribuem significativamente, na evolução e na prática de conchavos e apadrinhamentos, do jeitinho fácil e do faz de conta, sem perder de vista que, a erradicação desta maldita herança lusitana, não passa nem de longe pela classe política, mas, seguramente pela classe dos professores.

          Desta forma, a permanência institucionalizada de uma política de apadrinhamentos e de conchavos, é o estimulante necessário que movimenta uma parcela significativa da sociedade, a desprenderem seus esforços, na conquista e no aliciamento de pessoas pelo jeitinho camicas da velha máxima "do quanto pior melhor". É o chamado samba do crioulo doido.

          Com tudo, é de uma clareza meridiana, que o cacarejar dos nossos governantes no transcurso da nossa história recente, produziu efeitos devastadores que, levaram ao sucateamento da Saúde e da Educação, refletidos num processo gradativo de degeneração de seus órgãos, com múltiplas falências funcionais,  provocadas pela debilidade de inanição.

Antonio Justino Deon
Ex-Vereador em Videira