terça-feira, 27 de outubro de 2009

MARKETING VERDE: Uma Estratégia Empresarial Com Gestão Ambiental



Elaine Salete Linder Mayer *
Glicéria Lourdes Casaletti **


RESUMO

O fenômeno da globalização tem trazido as empresa a necessidade de adaptação cada vez maior às novas exigências mercadológicas. Conseqüência disso é a necessidade de criação de normas de caráter mais abrangente e de aceitação internacional, o que tem gerado uma onda de normalização em escala planetária, principalmente quanto à qualidade do produto e da produção em si. As empresas e indivíduos estão adotando uma postura ética e consciente, despertando o interesse com relação as suas responsabilidades sociais e ambientais, contribuindo dessa forma com a preservação e sustentabilidade do eco-sistema mundial, sendo esse fator um aliado importante no mercado, assim surge o marketing verde como mecanismo de apoio e condizente com as praticas ambientais corretas, exigindo medidas de controle mais precisas.

Palavras chaves: Globalização. Empresa. Responsabilidades Sociais. Sustentabilidade. Marketing Verde.

ABSTRACT

The phenomenon of globalization has brought the company the need to adapt to increasing demands for new marketing reasons. Consequence is the need to establish standards of a more comprehensive and international acceptance, which has generated a wave of standardization on a global scale, especially regarding product quality and production itself. Businesses and individuals are adopting an ethical and conscious, piquing interest with respect to their social and environmental responsibilities, thus contributing to the preservation and sustainability of world ecosystem, and these factors were an important ally in the market, thus arises the green marketing as a support mechanism and consistent with the correct environmental practices, requiring control measures more accurate.

Key words: Globalization. Company. Social Responsibilities. Sustainability. Green Marketing.

INTRODUÇÃO


A consciência ambiental se faz presente cada vez mais em diversos segmentos da sociedade moderna, num cenário que vai além das fronteiras continentais. No segmento industrial tem tomado grande relevância o crescimento da preocupação em se conseguir o desenvolvimento sustentável e o conseqüente aumento do poder de pressão do consumidor que esta cada vez mais exigente em relação ao meio ambiente. Nesse contexto as empresas potencialmente poluidoras estão preocupadas com sua imagem, de maneira que estão procurando adaptar-se aos novos tempos, diminuindo seu potencial poluidor.
Por sua vez, a competitividade moderna também exige das indústrias adequação a esta tendência ambiental, o que está propiciando o surgimento de indústrias de produtos e serviços ambientais, as chamadas "indústrias verdes", que têm suas atividades especializadas e direcionadas à criação e desenvolvimento de processos, programas, serviços e equipamentos antipoluidores que visam diminuir ou eliminar a poluição, como por exemplo: reciclagem de lixo, filtros, catalisadores e outros.

Portanto, indústrias verdes são aquelas cuja produção está adequada aos novos parâmetros ambientais e estão direcionadas a serviços que visem à diminuição da poluição, manejando a sua produção com equilíbrio interno e externo, destinando os resíduos oriundos de sua produção de forma salutar a natureza.

Outra conseqüência dessa globalização é o aumento da competitividade, que por sua vez motivou a necessidade de um melhor aprimoramento técnico e de qualidade. Isto trouxe um maior controle na qualidade dos produtos, que passou a ser aferido mediante atendimento de normas aceitas mundialmente, comprovadas através de uma nova forma de garantia: a da certificação. Sugiram então nos países desenvolvidos várias entidades de certificação com suas normas, mas vem se destacando a Internacional Organization of Standarlization, a ISO, Federação Mundial das Organizações Nacionais de Normalização Sediada em Genebra, que lançou entre outros a ISO 9000 que visa o sistema de qualidade do produto e teve grande aceitação nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.  Essa normalização foi e é a mais utilizada e as empresas que  obtiveram sua certificação saíram na frente na competição mercadológica, em vista da rigidez de suas exigências. No Brasil mais de 1000 empresas obtiveram essa certificação.

Porém, após a Conferência Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, a Rio-92, ocorreu uma verdadeira globalização também das questões ambientais, dando origem a necessidade de se normalizar os produtos tendo em vista o meio ambiente. Assim, criou-se a série ISO 14.000, que dá orientação a obtenção dos Certificados de Gestão Ambiental, através de sua série de normas, a qual está sendo implantada cada vez mais pelas indústrias em quase todo o mundo, incluindo nosso país.

O desenvolvimento dos problemas ecológicos, degradação do meio ambiente, visões individualistas das empresas e a educação ambiental vêem promovendo grandes ênfases quanto às ações relativamente importantes para a conscientização ambiental. Entre essas ações são verificadas inúmeras reações empresarias que visam a proteção do meio ambiente, com intuito de assegurar o controle ecológico. No entanto, não basta simplesmente proteger uma imensidade territorial, criando meios de afugentar indivíduos, mas promover a educação ou reeducação ambiental. Com a finalidade de explicar os benefícios que as praticas ecológicas corretas são capazes de produzir e contribuir para o desenvolvimento sustentável. Alem disso, é de extrema importância, a criação de um planejamento com ações corretivas e preventivas e que, sejam de fácil acesso a garanta a amenização dos problemas ambientais presentes em nossa sociedade.

O marketing verde tem o objetivo de promover meios que sustentem  as estratégias das empresas em relação as atitudes que estas praticam na diferenciação entre outros concorrentes, é também objeto que agrega valor aos produtos ou serviços que as empresas oferecem ao mercado consumidor. Essa prática inovadora permite que a empresa mostre para seus clientes, fornecedores, consumidores, sociedade, funcionários e outros, todo um conjunto de processos que visam a responsabilidade social e ambiental, através de políticas de ações e projetos sociais e a sustentação do equilíbrio ambiental, bem como as políticas ambientais de controle e preservação do meio ambiente.

2 EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EMPRESARIAL

Até as décadas de 70 e 80 o discurso e as ações das empresas eram focados na responsabilidade social tradicional, ou seja,  a responsabilidade da empresa era limitada ao pagamento de salários, impostos e dividendos para os acionistas. Existia uma resistência das empresas em incorporar essa preocupação socioambiental a partir da idéia de que, se investisse nas áreas sociais e ambientais, comprometeria seu lucro prejudicando seu principal objetivo. Infelizmente foram fundamentais para essa mudança os acidentes industriais que ocorreram ao longo do século, mais particularmente no final dos anos 70 e início dos 80. A partir da repercussão do acidente de Bophal, na Índia – um vazamento de gás de metila que matou mais de 2.500 pessoas, teve início uma ação e um entendimento de que aquele discurso não tinha mais aderência na sociedade. Começa um processo de grande questionamento da ação empresarial, vista como uma das principais geradoras de risco.

Nesse período dos anos 70 a 80 existia um total descaso com o meio ambiente, não havia preocupação com os problemas ambientais, nem sequer se fazia um controle da poluição. Não existia uma legislação, como passa a existir a partir dos anos 70 e 80, exigindo das empresas um novo tipo de comportamento. A partir dos anos 80, com a criação da legislação e um público um pouco mais consciente, especialmente as grandes empresas, que são as mais afetadas pela ação da mídia e dos órgãos governamentais, começam a trabalhar fazendo um controle da poluição. Isso durou até meados da década de 80. A partir daí, entramos na fase que chamamos de prevenção à poluição, quando as organizações começaram a perceber que não bastava cumprir apenas o que está previsto em lei, mas que a prevenção da poluição também pode significar redução de custos, na medida em que se evitam danos ambientais e conseqüentemente a preservação do ecossistema.

Na opinião de Pedrosi (2008):

Nem o entusiasmo pela proteção ambiental durante o final da década de 1960                    e princípios da de 1970 conseguiu amenizar o desenvolvimento desmensurado, em direção a sucessivas catástrofes ecológicas, tendo-se chegado a acreditar que acabar com o consumo seria a solução para terminar com a poluição e dilapidação dos recursos naturais.

Essa preocupação socioambiental teve como principais motivadores o crescimento, a diversificação e as restrições da legislação neste campo e essa legislação é uma resposta do setor governamental às pressões da sociedade.

3 MARKETING VERDE

O marketing verde surgiu nas empresas como uma ferramenta de importante controle na gestão ambiental que atua como um mecanismo consciente das políticas públicas é um grande aliado no trabalho de preservação e sustentabilidade do meio ambiente. Ele envolve uma característica fundamental que é o contato da empresa com o mercado consumidor, desenvolvendo argumentos que contribuem como exemplo de conduta consciente e desperta o interesse gradativo da sociedade em consumir produtos ou serviços que estejam condizentes com as normas e regulamentação ambientalmente correta. O marketing verde, em via de regra, simboliza os reais compromissos que as empresas estabelecem para preservação e educação ambiental, sendo um fator muito importante nas relações com os consumidores e despertando assim a visão de responsabilidade com o meio ambiente.

Segundo Backer (2002) “a atitude de gestão ambiental responsável, que é a única a dar lucro a longo, médio e provavelmente curto prazo, pressupõe a criação explicação de planos de substituição em praticamente todos os setores da indústria e dos serviços”.

Nessa visão, podemos salientar que uma empresa que esteja comprometida em assegurar a responsabilidade de interagir e preservar os ambientes ecológicos e os recursos naturais estará apta a ingressar em um mercado de transparência e assegurar seu espaço na economia globalizada.

4 ESTRATÉGIAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Os problemas ambientais em nível mundial estão de tornando preocupantes, como exemplos significativos destacam-se o aumento de temperatura da terra, a destruição da camada de ozônio, o esgotamento acelerado dos recursos naturais e outros. Todos esses problemas levam a busca de um novo modelo de crescimento econômico que considere mais a preservação do meio ambiente.

Está claro que a solução para todos estes problemas deve ocorrer em vários níveis:

  • Indivíduo: que deve tomar posturas que respeitem mais o meio ambiente a fim de limitar o consumo e economizar recursos naturais.
  • Empresas: que devem funcionar reduzindo ao máximo seu impacto ambiental negativo.
  • Poder Público: cuja função primordial é regulamentar o modelo final de funcionamento que respeite o meio ambiente.

A necessidade de se obter um diferencial competitivo é bastante explorada nos dias atuais, por essa razão, ter um instrumento que satisfaça os anseios dos consumidores é extremamente significante, garantindo confiança e respeito no mercado. Desta forma, as empresas não podem ignorar sua obrigação ambiental, a pressão dos consumidores e as imposições normativas obrigam-nas a conceber produtos e sistemas de produção e distribuição que minimizem os impactos ambientais negativos. É baseada nessa nova percepção das empresas que se cria uma diferente estratégia de ação, onde os objetivos estão inseridos e devem ser conquistados passo a passo, entretanto, devido à intensa concorrência, somente o marketing não é a garantia de sucesso, e sim o complemento das variáveis que compreendem  as ações sociais e ambientais.
           
Segundo a opinião de Tachizawa (2002):

uma das grandes viabilidades para as empresas é que o novo contexto econômico caracteriza-se por uma rígida postura dos clientes, voltada a expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem institucional no mercado e que atuem de forma ecologicamente responsável.

Para viabilizar esse objetivo é necessário desenvolver uma cultura de comunicação capaz de integrar conteúdos de vários departamentos técnicos ligados ao meio ambiente e qualidade de vida.

Buscando a diferenciação em relação às ferramentas utilizadas pela concorrência e surgindo como estratégia às ações sociais e ambientais o marketing verde, ou marketing ambiental, surge como uma ferramenta de apoio e monitoramento, iniciando desde o processo de desenvolvimento da produção, entrega e findando-se no descarte dos produtos utilizados, buscando dessa forma, atender as necessidades e desejos dos consumidores e apresentando ao mercado a busca pelo lucro com sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Na opinião de Paiva (2003):

Quando a empresa passa a valorizar sua relação com o meio ambiente e a tomar medidas preventivas, sua imagem perante a opinião pública tende a apresentar conotação diferenciada. Valorizar sua preocupação com o meio ambiente tem um forte papel, entre outros, na manutenção dos clientes atuais e atração de novos consumidores.


Nessa visão podemos salientar que uma empresa que esteja comprometida em assegurar a responsabilidade de interagir e preservar os ambientes ecológicos e os recursos naturais estará apta em um mercado de transparência e a assegurar seu espaço em uma economia globalizada. Apesar de significar em curto prazo um custo para as empresas investir na proteção e na garantia de qualidade de vida, com toda segurança, este custo será infinitamente inferior ao valor da qualidade de vida e do bem-estar da humanidade.

4.1 MEDIDAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

As atividades industriais podem interferir no meio ambiente através de diversas maneiras em seus processos através da produção com utilização de matérias primas, energia, água e conseqüente emissão atmosféricas, efluentes, geração de resíduos sólidos, ruído e vibração, distribuição, comercialização e outros.

Inúmeras medidas de proteção buscam minimizar os impactos produzidos pelos processos produtivos das empresas.  No entanto, essas medidas visam o tratamento do resíduo após sua geração chamadas medidas de caráter corretivo, onerando assim o processo produtivo devido o custo elevado da implantação de sistemas de tratamentos.  Por isso, deve-se buscar formas que viabilizem a otimização desses processos.                  

4.1.1 Variáveis ambientais

A correta gestão das variáveis ambientais é o que permite essa otimização.  Por isso, as empresas necessitam trabalhar atuando nos seguintes pontos:

  • Redução do consumo de energia;
  • Gestão correta de resíduos;
  • Redução do consumo de matérias-primas;
  • Redução do consumo de água;
  • Gestão correta das águas residuárias e efluentes líquidos;
  • Gestão dos ruídos;
  • Gestão de emissões atmosféricas;
  • Análise de ciclo de vida de produtos (ACV);
  • Cumprimento da legislação ambiental.

Para colocar em prática um Sistema de Gestão Ambiental faz-se necessário:

  • Elaborar uma política ambiental.
  • Fixar objetivos e metas.
  • Elaborar um plano de atuação em meio ambiente.

4.1.1.1 Política ambiental

O primeiro passa que uma empresa deve tomar para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental, é a implantação de uma política ambiental. Essa política ambiental pode ser definida como uma declaração de objetivos, elaborada pela própria empresa, que exponha  o compromisso adotado para melhorar sua atuação em relação ao meio ambiente. Essa declaração deve ser de conhecimento público.

Todas as pessoas têm direito a um meio ambiente saudável e equilibrado, esse direito está garantido na Constituição Federal:

A Constituição de 1988 concebe o meio ambiente como bem de uso comum e essencial à conquista e à preservação da qualidade de vida, progredindo mesmo em relação à regulamentações anteriores, ao aliar o uso dos bens ambientais pela coletividade à qualidade de vida saudável, considerada pela constituição como um bem essencial. O artigo 225 diz que “todos têm direito a um ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (SOUZA, apud FAISTEL 2008);
           
Assim, é preciso que as empresas hajam com transparência e com práticas efetivas de controle de emissões de carbono, uso da água, energia e descarte de resíduos. Essas novas atitudes não vão contra o interesse das empresas de prosperar. Sabe-se que, ao contrário, as empresas podem ser mais eficientes e bem-sucedidas ao adotarem o marketing verde. O grande desafio, para as empresas e consumidores, é valorizar uma perspectiva mais coletiva e menos individualista, gerando uma harmonia mundial.

4.2 EXIGÊNCIAS PARA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Diversos setores vêm pressionando as empresas para que assumam uma postura ambientalmente correta, evitando assim a poluição do meio ambiente e do ecossistema.

·         Pressão Governamental, os diversos governos do mundo através da legislação vêm buscando punir através de multas e proibições, práticas das empresas que tem impactos ambientais significativos. A legislação vem sendo cada vez mais rigorosa na busca pelo impacto ambiental zero. O governo ainda pode atuar através de suas compras, ou seja, proibindo a aquisição por parte de suas empresas e órgãos públicos  de produtos que afetem significativamente o ambiente físico estimulando o consumo de produtos ecologicamente corretos.
·         Pressão das ONGS, as diversas ONGS pressionam as empresas através de campanhas veiculadas na imprensa e lobby junto a legisladores. Empresa sob a mira de uma das principais ONGS será bombardeada na imprensa e provavelmente passará a ser percebida pela população com ambientalmente irresponsável, o que apresenta forte publicidade negativa.
·         Pressão do mercado mundial, as empresas que quiserem se manter ativas no mercado devem seguir algumas normas mundiais com relação a preservação do meio ambiente com a certificação de seus produtos e selos de qualidade, o que comprova que a empresa é comprometida com a preservação ambiental.

Para que o processo de gestão ambiental obtenha sucesso dentro da organização é altamente relevante que todo a equipe  da empresa trabalhe em conjunto, desde o setor de produção até o setor de administração, setor financeiro, setor de vendas e de marketing.

5 NORMAS ISO

A série de normas ISO relativas ao meio ambiente, denominada família 14000, reflete uma das mais profundas transformações culturais da humanidade neste século. O impacto ambiental do desenvolvimento material e econômico gerou uma impressionante reação em cadeia, iniciada no âmbito de entidades ecológicas, como o Greenpeace, e organizações não-governamentais e disseminada rapidamente em toda a sociedade universal. Hoje, as empresas que menosprezam a consciência ecológica são julgadas e condenadas sumariamente pela opinião pública, correndo sério risco de sobrevivência. Rapidamente, percebeu-se que a gestão ambiental, mais do que uma atitude politicamente correta, tornou-se uma indispensável vantagem competitiva. Os sistemas de gestão ambiental passaram a ser desenvolvidos com maior ênfase, evitando causar  impactos ambientais de grandes proporções e acirraram ainda mais a mobilização da sociedade em prol da ecologia.

Segundo Araújo (2004), hoje em dia a questão ambiental é um item fundamental no planejamento estratégico de qualquer organização, sobretudo na indústria. A garantia de que a empresa durante seus processos preserva a natureza é um ponto que a sociedade mundial está cada vez mais atenta, influenciando no mercado das empresas.Custos podem ser reduzidos com a economia de recursos naturais e diminuição dos resíduos.

Foi nesse contexto que se iniciou, no âmbito do British Standards Institution (BSI), do Reino Unido, o desenvolvimento de uma norma voltada ao Sistema de Gestão Ambiental. Esse modelo, denominado BS 7750 foi a base para o desenvolvimento da norma internacional ISO 14001, aprovada em 1996. Hoje, a nova norma caminha no sentido de atingir a importância da ISO 9000 (relativa aos sistemas de qualidade), como requisito para o ingresso das empresas no comércio internacional.

O desenvolvimento de todo esse processo teve outro aspecto importante, ao demonstrar que o correto estabelecimento da gestão ambiental, além de responder às exigências da comunidade mundial e do consumidor-cidadão, também oferece às organizações vantagens competitivas matematicamente mensuráveis: redução de custos, em função da economia de recursos naturais e diminuição da geração de resíduos; possibilidades de conquistar mercados restritos, como o da União Européia; economia de recursos pertinentes a indenizações por responsabilidade civil; mais facilidade para a obtenção de financiamentos junto a organismos multilaterais de crédito, como o Banco Mundial (Bird), Banco lnteramericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e atendimento às legislações inerentes ao meio ambiente.

Todas essas vantagens têm sido alcançadas pelas empresas que estabelecem modelos de gestão ambiental baseados na ISO 14001. A questão, contudo, transcende o universo empresarial, pois a disseminação da norma também deve ser analisada num contexto mais amplo: à medida que a grande maioria do parque produtivo, do Brasil e do mundo, estiver manejando de forma adequada a sua relação com a ecologia, mais próxima estará a sociedade humana do conceito ideal de desenvolvimento sustentado e de manutenção de um habitat propício à qualidade de vida.

5.1 O QUE DIZ A NBR-ISO 14.001

O desempenho ambiental de uma companhia pode ter um impacto significativo em seu sucesso. A ISO 14001 é a norma internacionalmente reconhecida para Sistemas de Gestão Ambiental (SGA).

A certificação pode:

• Demonstrar altos padrões ambientais,
• Demonstrar a conformidade com a legislação,
• Reduzir custos,
• Melhorar a eficiência,

5.1.1 O que é ISO 14001?

ISO 14001 é uma norma internacional que especifica um processo para controlar e melhorar o desempenho ambiental de uma companhia.

5.1.2 Do que consiste a ISO 14001

• Requisitos gerais
• Política ambiental
• Planejamento
• Implementação e operação
• Verificação e ação corretiva
• Análise crítica pela administração

5.2 ISTO SIGNIFICA QUE A EMPRESA:

Identifica elementos de seu negócio que causam impacto no meio ambiente e providencia o acesso à legislação ambiental relevante.

Prepara objetivos de melhoria e um programa de gestão para atingi-los, com análises críticas regulares para melhoria contínua.

5.3 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS PARA SEREM SEGUIDAS PELA EMPRESA

Os principais procedimentos para avaliar a adequação das atividades aos preceitos ambientais, envolvem:

• Levantamento das exigências legais
• Aplicação de normas técnicas da ABNT
• Levantamento de informações em documentos disponíveis
•Levantamento de informações nas unidades e instalações-Vistorias específicas
•- Prospecção de pendências ambientais em órgãos federais, estaduais e municipais
• Obtenção de certidões negativas nos Cartórios Distribuidores de Comarca
• Obtenção de certidões negativas na Justiça Federal e Estadual
• Coleta de informações na vizinhança e nas comunidades
• Consultas a organizações não-governamentais (ONG)
• Obtenção de informações complementares em fontes genéricas e específicas
• Realização de análises físico-químicas de água, solo, ar, instalações (paredes, forro)
• Levantamento de informações complementares no “data room”
• Organização e análise dos dados levantados
• Avaliação qualitativa e quantitativa do passivo ambiental
• Elaboração do relatório de avaliação do passivo ambiental
• Elaboração de planos e programas para eliminar as pendências ambientais existentes
• Adoção e práticas de atitudes pró-ativas para evitar a formação de novos passivos ambientais

5.3.1 Elementos auxiliares e de apoio

• Legislação ambiental e normas técnicas
• Listas de verificação ambiental
• AA - Auditoria Ambiental
• EIA/RIMA - Estudo e Relatório de Impacto Ambiental
• PBA – Programa Básico IniciaL
• AAI – Avaliação Ambiental Inicial
• ADA – Avaliação de Desempenho Ambiental
• ACV – Análise do Ciclo de Vida
• ARA – Análise de Risco Ambiental

6 POSTURA DO BRASIL

A postura do Brasil diante de todo esse processo é um bom exemplo do significado que o sistema de gestão ambiental assume neste final de milênio. As normas ISO pertinentes à qualidade surgiram na Europa em 1987. Somente três anos depois começaram, timidamente, a ser disseminadas no País, que também não participou de seu desenvolvimento. Agora, é verdade, os sistemas de qualidade já são vistos aqui com sua devida importância, até porque se tornaram imprescindíveis nos mercados interno e externo. Já a norma 14001 contou com a participação brasileira em sua formatação e chegou aqui quase simultaneamente à sua implantação nas nações desenvolvidas. O País conta, inclusive, com organismos certificadores cujos atestados têm validade internacional. Assim, em termos de gestão ambiental, o parque produtivo brasileiro conta com instrumentos que o equiparam às empresas de todo o mundo na compulsiva luta pela conquista dos mercados globais.

7 VANTAGEM COMPETITIVA DA GESTÃO AMBIENTAL

Em um mundo com tantos problemas sociais, ecológicos e demográficos, considera-se que cabe às empresas um papel mais amplo do que apenas ter lucro, gerar empregos e pagar impostos. A sociedade começa a cobrar responsabilidade social das empresas. Além de entregar benefícios ao seu público no curto prazo, também cabe a elas gerar benefícios à sociedade a longo prazo, se a empresa consome mais recursos naturais do que os repõe, está ajudando a destruir o planeta. A longo prazo, essa situação não será  sustentável.

Segundo o consultor de marketing Arnaldo Rabelo (2009), entre todos os problemas sociais atuais, um dos mais urgentes é o ecológico. Mais especificamente, o aquecimento global gerado pela emissão de gás carbônico na atmosfera, com a conseqüente alteração climática e escassez de água potável. Na medida em que essa preocupação passa a ser comum a todos, o público começa a analisar as conseqüências que suas compras podem gerar ao planeta. Há um aumento do “consumo consciente”.

Algumas empresas já vêm adotando práticas conscientes, pensando no avanço futuro do valor que o meio ambiente assume para a sociedade, as empresas estão descobrindo  oportunidades de negócios conscientes dos recursos naturais. Muitas empresas que antes viam o investimento na questão ambiental como medidas que aumentavam o custo da produção, descobriram que a Gestão Ambiental reduz custos e pode tornar a fábrica mais eficiente.

Algumas empresas servem como exemplos de retorno de investimento e redução de custos a partir da implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), nas seguintes empresas, conforme Faria (2000):

·         Bahia Sul- Produtora de Papel em Mucuri- BA, foi a primeira a obter certificação ISO 14.000 no Brasil. Atuando em setor altamente poluente, investiu um milhão de dólares no projeto de implantação do SGA, levando três anos para implantá-lo. A economia anual após a Certificação chega a novecentos e vinte mil dólares.
·          OPP- Química, produtora de resinas poliolefínicas, certificou quatro unidades em 1996 e em todas obteve ganhos suficientes para compensar o investimento de cerca de dois milhões de dólares, economizando água, energia, vapor e perda de matéria-prima.
·         Copesul (Companhia Petroquímica do Sul), em processo de certificação em 1998, considera que o Sistema de Gestão Ambiental proporciona: capacidade de operação a baixos custos e com altos rendimentos operacionais, avaliado principalmente pelo menor consumo energético e de matéria-prima, com reciclagem e produção maximizada de seus principais produtos- o eteno e o propeno.
·         Alpargatas- Santista Têxtil- unidade de Americana- SP, obteve a certificação pela implantação de Sistema de Gestão Ambiental segundo os requisitos da norma ISO 14001, em dezembro de 1997. Os trabalhos para a certificação demoraram cerca de dois anos. Foram investidos um milhão de dólares durante este processo e estimam-se investimentos em torno de seiscentos mil para as melhorias constantes exigidas pelo sistema. Os dirigentes da empresa afirmam que os investimentos retornam, gerando vantagens competitivas, além de preparar as empresas para as exigências cada vez maiores das Leis ambientais.
·          Cenibra (Celulose Nipo- Brasileira), localizada em Minas Gerais, foi recomendada para receber a certificação pela norma ISO 14001, em outubro de 1997. Durante o processo de implantação, investiu cerca de seiscentos e cinqüenta mil dólares. A empresa afirma que a adoção de práticas ambientalmente corretas levará a uma contínua redução de custos no processo produtivo.
·         Wolkswagen do Brasil, unidade de São Carlos recebeu a certificação de conformidade com a norma ISO 14001, em março de 1998. Foi planejada desde sua concepção para atender todos os requisitos da legislação ambiental brasileira. Os responsáveis afirmam que o Sistema de Gestão Integrado tem retorno garantido não só no aspecto financeiro como no de qualidade de vida. A fábrica de São Carlos reduziu custos em consumo de água, energia e combustível.

O correto estabelecimento da Gestão Ambiental, além de responder às exigências da comunidade mundial e do consumidor-cidadão, também oferece às organizações vantagens competitivas matematicamente mensuráveis como:

·      redução de custos em função da economia de recursos naturais e diminuição da geração de resíduos;
·         possibilidade de conquistar mercados restritos como o da União Européia;
·         economia de recursos pertinentes a indenizações por responsabilidade civil;
·         mais facilidade para obtenção de financiamentos junto a organismos multilaterais de crédito, como o Banco Mundial (BID), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e atendimento às legislações inerentes ao meio ambiente.

CONCLUSÃO

Além das imposições da legislação, as empresas vem sendo pressionadas pela sociedade e mercados consumidores que exigem delas certos comportamentos que se traduzem em normas e regulamentos.Concluímos nesse trabalho que o Marketing Verde é um instrumento de grande relevância em uma empresa, atua como ferramenta diferenciada, capaz de proteger e sustentar a imagem da empresa perante o mercado, diferenciando-a com uma nova visão, além disso, destacando sua diferenciação ecologicamente correta junto a sociedade, fornecedores, clientes e funcionários. Ainda podemos dizer que é uma ferramenta que devera ser uma necessidade das empresas, sendo que uma empresa poluidora ou eticamente e socialmente incorreta sob o ponto de vista ambiental será gradativamente extinta do mercado consumidor. Com essa nova forma de garantia ecológica de produtos industrializados, estaremos combatendo cada vez mais a degradação ambiental com medidas mais corretas e efetivas, propiciando a melhoria da qualidade de vida para nós seres humanos e para as demais espécies do planeta terra.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Maria Cristina Cabral da Costa. Mapeamento da Qualidade Ambiental
nas Organizações Privadas de Santa Catarina ISO 14000 e Produção Mais
Limpa. Florianópolis: 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) –
Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <http://www.udc.edu.br/monografia/monoamb05.pdf>  Acesso em: 13 out. 2009.

BACKER, Paul de. Gestão ambiental: a administração verde. Tradução de Heloísa Martins costa. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2002.

CANEDO, Anélia de Moraes. Sistema de gestão ambiental nas empresas. Disponível em:
<
http://www.cenedcursos.com.br/sistema-de-gestao-ambiental-nas-empresas.html>   Acesso em:16 out. 2009.


FAISTEL, Fernanda. Meio ambiente, políticas ambientais e desenvolvimento sustentável. l Revista Campus, Paripiranga, v.1, n.1, p.134-161, 2008. Disponível em:

FARIA, H. M. Uma discussão a respeito dos benefícios econômicos da gestão ambiental. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Escola Federal de Engenharia de Itajubá – MG.Fundació Fórum Ambiental. Agencia Europea del Medio Ambiente, Barcelona, Abril de 2001. Perfil profesional del responsable de meio ambiente en las organizaciones. Disponível em: <www.forumambiental.com>. Acesso em: 12 out. 2009.

 PAIVA, Paulo Roberto. Contabilidade ambiental. Evidenciação dos gastos ambientais com transparência e focada na prevenção. São Paulo: Atlas 2003.

PEDROSI, Gelso F. Marketing Verde: Considerações sobre o Impacto da conscientização Ecológica no Comportamento dos Consumidores. 2008.  Disponível em: <http://www.ufrr.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=2968>. Acesso em: 14 out.2009.

RABELO, Arnaldo.  Marketing verde como estratégia. 2009. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2009.

SANTOS, Antonio Silveira Ribeiro.Indústria e Meio Ambiente. Disponível em: http://www.aultimaarcadenoe.com/industria.htm>. Acesso em: 13 out.2009.

TACHIZAWA, Takeshy: Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa. São Paulo: Atlas, 2002.

* Acadêmica do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos (UNOESC).
** Acadêmica do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos (UNOESC).


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Você Sabe Ter Sucesso

Roberto Shyniashinki

(disponível também em http://www.umtoquedemotivacao.com.br/administracao/voce-sabe-ter-sucesso)

 

Escutei uma frase muito especial, numa conversa com um mestre Zen budista, no Japão e que, desde então, tem orientado a minha vida… Conversar com os mestres não é algo muito simples. Freqüentemente, eles falam por metáforas. Mas isso ainda não é o mais grave. O pior, na verdade é que suas idéias são, na maioria, deslocadas do contexto do diálogo.

Naquele noite, durante o nosso encontro, eu estava muito distraído. Deixei de escutá-lo porque ficava preocupado pela incômoda idéia de caminhar debaixo da chuva até a estação de Kita Kamakura, onde pegaria o trem bala, com destino a Tóquio. Lá fora, o barulho da tempestade, no gélido inverno japonês, perturbava.

Portanto, quando o mestre, surpreendentemente, me deu uma capa de chuva e se despediu dizendo: “as estrelas brilham na escuridão”! – fiquei muito mais preocupado com a chuva que iria enfrentar do que com a mensagem que acabara de escutar.

Durante o percurso, a chuva e o frio me incomodaram bastante e só pensei na idéia do mestre para desqualificá-la. O sol é uma estrela e brilha na claridade do dia. Isso pode ser poesia demais para um tempo de alta competição, mas a frase ficou latejando em minha mente até o momento em que adormeci no calor do quarto.

“Roberto : as estrelas brilham na escuridão ….”

No dia seguinte, na aula do meu curso de Administração de Empresas, na Aots, o tema foi a crise econômica japonesa e os caminhos para superá-la. O professor, naturalmente, comentou sobre a importância de manter os valores e a fé para vencer a tempestade que enfrentavam.

Para ele, o modelo norte-americano de superar crises, tratando as pessoas como objetos descartáveis, era algo desprezível e, a solução a ser encontrada deveria ser a preservação, o respeito e a união das pessoas em torno dos seus objetivos.

A empresa deve estar unida em tempos de prosperidade e de incertezas. O indivíduo deve manter os seus valores mesmo que os resultados não sejam os desejados, porque, logo mais, as vitórias aparecerão.

Ao deixar a aula, comecei a pensar que mais importante do que as vitórias, a solidez dos fundamentos é que são as verdadeiras criadoras do sucesso. Desde então, valores, estratégia, disciplina, visão e, principalmente, o trabalho de bastidores têm merecido minha atenção.

Quando vejo uma pessoa ser homenageada por suas conquistas procuro analisar quais são os fundamentos que a levaram ao sucesso e começo a refletir se esse sucesso tem consistência.

Toda vez que escuto a voz do mestre em minha mente dizendo: “Roberto, as estrelas brilham na escuridão”…, penso que a única forma de sucesso que vale a pena, é aquela construída pouco a pouco. Quando aceitei fazer este artigo, resolvi escrever sobre os trabalhos de bastidores que mantém uma estrela como você brilhando no mundo dos negócios.

Cada vez mais, vemos profissionais com MBAs em grandes escolas, desempregados e sem perspectivas. Assistimos a decadência de outros que, seguindo a cartilha da modernidade, foram engolidos pelo furacão da globalização. Em escala crescente, presenciamos os CEOs de gigantes como AT&T, IBM, Compaq e American Express caírem do topo de suas organizações .

Tem algo além dos feitos escritos nos currículos que levam grandes carreiras ao sucesso. Algo que não está escrito em nenhum manual, mas, que o campeão tem dentro de si, e aquece a sua alma.

Um trabalho que deve ser construído fora do olhar da multidão, dos aplausos efêmeros e da glória. Realizado no silêncio e na escuridão para podermos brilhar na vida. A maioria das pessoas de sucesso cultivam hábitos que lhes criam um extra diário, que no final da corrida vai representar a diferença.

 

1º- O sucesso é construído à noite

Durante o dia, a tendência é de todo mundo fazer as mesmas coisas. As organizações exigem e ensinam as mesmas coisas aos seus funcionários. O comprometimento com as operações diárias forçam os profissionais a uma padronização que tende a desvalorização do seu trabalho, como aquele mecânico que trabalha 12 horas por dia para a empresa e, depois, é demitido porque não se atualizou.

A diferença, geralmente, é criada depois do expediente. São as leituras, análises e discussões que você faz depois que as luzes do escritório se apagam…O esforço invisível que ninguém aplaude, pois, a maioria, não consegue enxergar. Não é simplesmente o estudo, mas, também, a elaboração do conhecimento, capaz de somar habilidades e visão de mundo.

 

2º – As crises pessoais exigem luz própria para enfrentar as incertezas

Atletas no banco de reserva tendem a despreocupar-se em relação ao seu preparo físico e mental e, ao ganhar uma oportunidade, não estão preparados.

O bem-sucedido é aquele que mantém o “gás”, mesmo quando os resultados não são os esperados. Eles criam objetivos, e não deixam que derrotas provisórias abalem a sua fé na vitória . É na fase de desemprego que o verdadeiro campeão prepara a sua guinada definitiva. Em momentos de crise pessoal, o autêntico profissional analisa as novas oportunidades, revoluciona sua carreira e mergulha de cabeça numa nova decisão.

Ninguém entra em crise por vontade própria: o governo desvaloriza o real, a empresa decide fechar a fábrica na qual trabalha, a sua esposa/esposo decide abandonar o casamento… Crises fazem parte da vida. É a sua atitude diante dos problemas que determinará a saída. Os perdedores se sentem vítimas do destino e transformam a sua dor em ressentimento. Os vencedores aproveitam os problemas para transformarem suas vidas, para melhor…

 

3º- Nos períodos escuros, os campeões se sobressaem

Nos períodos de crescimento, é mais fácil administrar carreiras e empresas. A economia cresce e leva adiante a maioria das organizações e, conseqüentemente, seus funcionários. Isso acaba criando uma ilusão de que a pessoa está crescendo e aproveitando as oportunidades.

Agora que a economia se aquece novamente, muita gente vai se distrair achando que tudo voltou ao que era no passado, porém, para quem vive de ilusões, a realidade pode se tornar dolorida. Ocasiões incomuns são ótimas oportunidades para os campeões…

Os vencedores aproveitam as crises, pois sabem se fortalecer em meio à turbulência, sobressaindo-se.

Ninguém está comprando? Visite os seus clientes para conhecê-los melhor.

Invista para criar novos produtos. Reforme a loja.

Se os negócios estão difíceis é o momento de reavaliar as estratégias ou, sua carreira, assim, você estará preparado para conquistar o mercado, e reaquecer as vendas…

4º- Faça o certo mesmo que ninguém veja

Muitas vezes, a empresa não exige que você utilize todos os seus conhecimentos. Seu chefe é condescendente com os erros. Ninguém valoriza um trabalho especial, e a tendência das pessoas é, simplesmente, fazer tudo de qualquer jeito, já que não existem exigências e estímulos.

Enquanto luta para que a empresa o valorize, mantenha sempre o padrão de seu trabalho. Exija sempre o máximo de você. Essa é a postura de quem tem garra. Daquele que dá o sangue pelo prazer de se superar, mantendo seus valores, mesmo em situações adversas.

A ética é um pilar imprescindível. Ser uma pessoa íntegra, mesmo que a sua empresa não exerça controle sobre suas negociações, ou não tenha vitórias a curto prazo.

 

5º- Mantenha-se calmo mesmo que o mundo esteja explodindo ao seu redor

O ambiente de trabalho é cada vez mais agitado, barulhento, e é muito fácil se contaminar por esse caos. Muitas pessoas confundem velocidade com agitação. Velocidade nasce da capacidade de resolver os problemas e realizar metas. Agitação é a sensação de incapacidade frente às dificuldades.

Quando as coisas estiverem dando erradas, e isso acontece com freqüência, precisamos respirar fundo e aceitar as crises como parte de nosso dia-a-dia, mantendo a direção e focando os objetivos, sempre…

Na Índia, os mestres chamam esse estado de “permanência no olho do furacão”. Dizem que no centro do furacão tem um lugar onde a paz é absoluta. E é nesse lugar que você deve procurar estar.

Quando todo o mundo explodir, é necessário se concentrar, analisar a situação. Chamar o pessoal para uma conversa e, lembrar a turma que logo adiante as coisas vão melhorar, as opções para contornar a maré aparecerão…

 

Mantenha sempre a sua auto-estima independente dos aplausos dos outros. A maioria das pessoas tem se perdido porque somente se sente importante quando aplaudidos. Talvez, essa seja a maior fonte de sofrimento nos tempos atuais: a identificação da sua importância, com os valores que os outros lhe dão.

Muita gente procura manter a sua auto-estima rebaixando os outros. O pai que grita com os seus filhos, a ameaça de demissão dos chefes que se sentem confusos. Há ainda aqueles que gostam de mostra sua importância pelos bens que possuem. Esses objetos constroem uma ilusão passageira que somente criam maior dependência. Assim, como uma droga só tem efeito passageiro.

 

Por isso, ao lembrar das palavras: “As estrelas brilham na escuridão”, sei que o currículo não pode conquistar uma vaga, quem vai cuidar de agarrá-la e mantê-la, é você.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Por que contratar uma Consultoria?

Por: Ricardo Dorés *

(retirado de http://www.umtoquedemotivacao.com.br/administracao/por-que-contratar-uma-consultoria)

No mundo atual, cada vez mais o trabalho do consultor de empresas é solicitado. Não existe mais o paradigma de que apenas as grandes organizações recorrem à consultoria. As empresas estão sempre precisando de uma reação imediata aos novos desafios encontrados no mercado, por existir uma competitividade cada vez maior.

 

Assim sendo, muitas vezes, são necessárias alterações na estrutura da própria empresa.

 

Hoje, essa importante ferramenta é muito utilizada pelas organizações, seja para ampliar seja para criar um departamento ou melhorá-lo seja, ainda, para contratar pessoal e para outras tantas necessidades.

 

Para que isso aconteça, a forma mais rápida e eficiente de aperfeiçoar um negócio é contratar uma Consultoria, com o intuito de receber um diagnóstico e uma orientação para que ocorra uma melhoria que agregue valor ao produto em sua eficiência e em sua eficácia.

 

As análises e estudos produzidos em uma Consultoria oferecem amplos benefícios para seus clientes, trazendo assertividade nas decisões e maior rentabilidade para a empresa. Tudo isso, realizado em parceria e com o foco voltado para os resultados, se traduz em inúmeros benefícios às empresas.

 

É imprescindível que haja uma relação de credibilidade e confiança entre as partes. O consultor é um orientador que irá passar ferramentas adequadas para a busca e a eliminação das causas dos problemas. Entretanto, não se imagine a Consultoria como a solução para tudo, pois, se e o Cliente não estiver disposto a realizar um feedback para promover mudanças, é mais difícil vislumbrar bons resultados.

 

O que se observa é que quando há uma relação de abertura entre empresa e Consultoria, frequentemente, se consegue superar obstáculos de ordem conceitual, comercial e de pessoas, chegando, muitas vezes, a dobrar o faturamento. Isso tudo ocorre após a entrada de um Consultor no planejamento estratégico da empresa. Consciente dos problemas que a empresa enfrenta e da necessidade de recorrer à Consultoria externa, é preciso estar preparado para ter um papel ativo durante todo o desenrolar do processo.

 

A Consultoria, antes de mais nada, dever ter em seu quadro funcional profissionais capacitados que tenham sido gerentes de primeira linha por no mínimo 02 (dois) anos e que tenham atitudes éticas, boa formação e competência para o que fazem, além de uma forte relação de parceria com o Cliente, que possibilite dizer e escutar o que é necessário para o crescimento e evolução da empresa.

 

Os benefícios de se contratar uma consultoria estão no fato de que o profissional consultor não está contaminado pelos prováveis vícios de gestão pré-existentes. Pois, além de um comportamento ético e preciso, ele faz uso de instrumentos e conhecimentos de que o Cliente não dispõe o que, certamente, trará bons resultados à Empresa.

 

Portanto, antes de contratar uma consultoria, se deve, no mínimo, investigar as fontes e confirmar a atuação e o posicionamento da mesma junto aos seus clientes. Isso pode impedir aborrecimentos futuros.

 

* Ricardo Dorés – Com formação acadêmica em Direito e especialização em Marketing pela ESPM, ocupou no mercado as posições de Diretor de Unidades de Negócios, Gerente de Unidade de Negócio, Gerente Nacional de Vendas, Gerente de Desenvolvimento de Mercado, Gerente de Treinamento de Vendas, Supervisor de Vendas, em empresas multinacionais e nacionais de grande porte, tais como: 3M, Pfizer, Glaxo, IMB, Itaú Seguros, dentre outras. É, há 10 anos, consultor empresarial e palestrante.