quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Confraternização e Festas de final de ano!

Com a proximidade de Natal e Virada de Ano, é comum em algumas empresas a existência de "confraternizações".
Esses eventos são de suma importância para o ambiente corporativa, e não deveria ser relegados somente ao final do ano, mas sim, ser trimestral, no mínimo. Claro que, por ser uma confraternização num ambiente empresarial, você deverá se comportar de uma maneira diferente como faz em casa.
Mas como, diferente de casa, afinal, devemos ser uma pessoa íntegra, igual em todos os nossos afazeres, mas sabemos que, em casa, podemos nos soltar mais pois não estamos sendo "avaliados".
Sim, avaliados, pois mesmo ma confraternização não deixamos de estar ao olhar atento de nosso pares, superiores e equipe.
Com isso, a palvra chave é moderação:
- Moderação na bebida;
- Moderação na vestimenta;
- Moderação nas conversas.
Quando falo em moderação na bebida, não quero dizer abstêmia, mas sim, moderação. Beba devagar, intercalando com água e comida.
A moderação na bebida ajuda na moderação às conversas, visto que, com a língua mais presa, é mais difícil falar bobagem. Confraternização, antes de mais nada, não é lugar para terminar aquela reunião ou falar sobre serviço. É um lugar para as pessoas trocarem idéias sobre elas. Apresentarem suas famílias às seus colegas, afinal de contas, passamos mais tempo com nossos colegas do que com nossas famílias, propriamente ditas.
Lembrando que confraternização é uma extensão do dia a dia da empresa, vesta-se com elegância. Quando falamos elegância, não estamos dizendo terno e gravata (a não ser que a festa exiga isso), mas vá alinhado, com roupas bem passadas, camisa por dentro da calça e vestidos em comprimento que não a façam ser o assunto da festa:
- Fulana não usa saia, veio de "cinto".
São regrinhas básicas de convivência que temos no ambiente de trabalho que levamos a qualquer lugar, principalmente as festas.
Mas a regra básica que mais vale é a seguinte:
- Se divirta.
Se a festa estiver ruim, pode ir embora sem problemas, mas se estiver boa, melhor. Aproveite e seja feliz.

um abraço

FUNÇÃO TRANSPORTE NA LOGÍSTICA: TRANSPORTE DE GÁS NATURAL VIA DUTO1

Amanda Aline de Barros

Guilherme Simonetti

Lucas Conte

Tiago Giacometti2

RESUMO:

Gasoduto é uma tubulação utilizada para transportar gás natural de um lugar para outro. O gasoduto pode fazer filtração em pontos estratégicos para a melhor obtenção do produto que se quer ter, podendo ser também pressurizado.

Da mesma forma que é distribuída a água e a energia elétrica criou-se o gasoduto para distribuir gás natural..As tubulações geralmente passam em pontos estratégicos onde estão localizados os principais consumidores deste combustível.

O gasoduto e um meio de transporte muito interessante tratando se de economia em transportes.

PALAVRAS-CHAVE: Gasoduto, Logística, Transporte.

1.INTRODUÇÃO

O leque de serviços e capacidades do transporte dutoviário é ainda extremamente limitado. Os produtos, cujo transporte por dutos é o mais viável, são petróleo cru e seus derivados. Estão em marcha, no entanto algumas experiências visando a movimentação de produtos sólidos suspensos em um líquido, um tipo de pasta fluida, ou contidos em cilindros se moveriam numa camada líquida no interior do duto.

Se esses projetos se mostrarem economicamente viáveis, o serviço dutoviário passará por uma grande expansão. O problema é que já foram realizadas experiências com carvão suspenso no liquido que não tiveram resultados positivo e em função da erosão registrada nos dutos utilizados.

A movimentação dos produtos via dutos e muito lenta, não passando de 6,4 km/hora. Em compensação, se ela se manter em funcionamento constante, se tornará uma velocidade efetiva bem maior comparando com outros modais.

Em relação ao tempo em transito, o serviço dutoviário é o mais confiável de todos os modais, já que são quase nulas as interrupções causadoras de variabilidade desse tempo. O tempo não constitui fator significativo, e o equipamento de bombeamento é altamente confiável.

Os danos e perdas nos dutos são reduzidos devido a líquidos e gases que não estão sujeitos a danos em grão semelhantes ao dos produtos manufaturados. Quanto ao número de riscos que podem afetar uma operação dutoviário é limitado. Há responsáveis por tais perdas e danos porque tem normalmente o status de transportadores comuns, sendo eles formalmente operadores privados.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O artigo de José Antonio Martinez, traz um dos aspectos que mais caracteriza o gás natural é a possibilidade de seu estado físico ser adaptado às condições de transporte desde a zona onde é produzido até a região onde será consumido, geralmente distantes uma da outra. Podemos destacar as três alternativas principais: gasodutos, sob a forma liquefeita, Em navios criogênicos, sob a forma de compostos derivados líquidos ou sólidos.

Atualmente a forma de transporte mais utilizada para condução de gás é a forma de gasoduto, que por sua vez, é um duto (tubulações) que nele é introduzido sob pressão, por meio de compressores. Com a força do fluxo, há uma perda de energia por atrito, e a pressão vai caindo ao longo da tubulação, e necessária uma estação de compressão para elevar a pressão e permitir a continuidade do fluxo do gás. No caso de um acidente, válvulas automáticas bloqueiam o trecho afetado.

Esta instrumentação acompanha o aumento da pressão na tubulação para identificar as eventuais perdas de gás para a atmosfera e também mede o fluxo que passa ao longo das tubulações inclusive as saídas nos pontos de entrega aos distribuidores, para o faturamento.O transporte do gás natural na forma de compostos derivados é muitas vezes a forma mais econômica, uma vez que ele é transformado em produtos líquidos ou sólidos, quais têm custo de transporte menos oneroso.

À medida que o volume a transportar cresce com o aumento da demanda, é introduzido estações intermediárias de compressão. O custo de implantação do duto depende da ocupação humana das áreas atravessadas, das dificuldades impostas pelo relevo, de eventuais obras especiais exigidas, como travessias de grandes rios, de auto-estradas.

Uma outra curiosidade é a produção de fertilizantes nitrogenados junto à região de produção do gás natural, utilizando-o para fixar o nitrogênio do ar. Outros compostos químicos podem 'ser assim produzidos, procurando reduzir os custos do transporte.

O transporte dutoviário pode ser dividido em:

Oleodutos, cujos produtos transportados são, em sua grande maioria: petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, e outros.

Minerodutos, cujos produtos transportados são: Sal-gema, Minério de ferro e Concetrado Fosfático.

Gasodutos, cujo produto transportado é o gás natural. Como por exemplo, o gasoduto Brasil-Bolívia com 3150km de extensão que é um dos maiores do mundo.

TIPOS DE DUTOS:

Os Dutos Subterrâneos são aqueles enterrados para serem mais protegidos contra intempéries, contra acidentes provocados por outros veículos e máquinas agrícolas, e

também, contra a curiosidade e vandalismo por parte de moradores vizinhos à linha

dutoviária.

Os Dutos Aparentes são aqueles visíveis, o que normalmente acontece nas chegadas e saídas das estações de bombeio, nas estações de carregamento e descarregamento.

Os Dutos Submarinos são assim chamados devido à que a maior parte da tubulação está submersa no fundo do mar. Este método é geralmente utilizado para o transporte da produção de petróleo de plataformas marítimas.

CARACTERÍSTICAS DE UM GASODUTO

De acordo com a Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil -Bolívia, esse gasoduto tem capacidade de transporte de 30MMm3 e é constituído de tubos de aço de carbono, fabricados de acordo com as normas, e está enterrado a uma profundidade de 1 metro. Estes tipos de gasodutos são protegidos através de um sistema especial para evitar corrosão, este mesmo sistema também é usado para reduzir a energia necessária que transporta o gás.

Ao longo do duto existem 115 válvulas as quais são programadas para fechamento em caso de vazamento. Também conta-se com 7 estações de compressão apenas no lado brasileiro, que ajuda na capacidade de transporte de gás.

O modo como é planejado e supervisionado o transporte do gás, é feito por um sistema chamado SCADA, que é basicamente composto por Controladores Lógicos Programáveis, computadores com softwares que fazem a supervisão entre as maquinas e os que nelas trabalham, um sistema de telecomunicações de dados através de satélites e com backup por linha telefônica.

VANTAGENS DE TRANSPORTE DUTOVIÁRIO

  • Permite que grandes quantidades de produtos sejam deslocados de maneira segura, diminuindo o tráfego de cargas perigosas por caminhões, trens ou por navios e, consequentemente, diminuindo os riscos de acidentes ambientais.
  • Podem dispensar armazenamento;
  • Simplificam carga e descarga;
  • Diminuem custos de transportes;
  • Menor possibilidade de perdas ou roubos.
  • Redução do desmatamento;
  • Melhoria da qualidade do ar nas grandes cidades;
  • Facilidade de implantação, Alta confiabilidade, Baixo consumo de energia.
  • Baixos custos operacionais;

DESVANTAGENS

  • Acidentes ambientais.

De acordo com o consultor na area de Petróleo, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Cleveland Maximino Jones, o transporte através de dutos tem um investimento muito alto, o que envolve o consumo em torno de 25% do gás do conteúdo energético do gás, o que resulta em um grande desperdício de gás.

A adequação ambiental também se favorece, pois a construção desses dutos é em geral muito impactante aos ecossistemas por onde passam. Assim, o gás liquefeito, além da vantagem de ser uma fonte energética considerada limpa na sua utilização, tem se transformado numa opção estratégica para equilibrar a crescente demanda pelo combustível. Como todo gasoduto de longo curso, também efetuaria custos e perdas inerentes ao transporte dutoviário de gás, especialmente em longas distâncias. As estações de compressão e as instalações requeridas podem representar perdas superiores às envolvidas na cadeia logística. Já a distribuição de geográfica da demanda é importante ser feita para um fornecimento mais viável através de construções de regaseificação nos ponto de consumo.

Medição e Controle de Pressão

O artigo do site Brooks nos mostra que as melhores tecnologias para medir e controlar pequenas vazões apresentava sérias limitações, deixando poucas opções aos pesquisadores e usuários de processos, sendo necessário improvisarem soluções para tentar satisfazer suas necessidades.

O quantim é o primeiro instrumento que mede e controla diretamente a adição de massa, sem considerar as condições ou propriedades dos fluidos.

Em muitos casos, a massa do fluido adicionada a um processo ou experimento é muito mais importante do que seu volume. As superfícies da bomba podem deteriorar com o tempo, contrariando as pressuposições que se podem ter referentes à relação entre vazão volumétrica e vazão de massa. As bombas precisam de manutenção e calibração de rotina, que exigem sua retirada periódica de serviço.

Os instrumentos de vazão mássica tipo térmico têm sido usados por décadas em aplicações de vazão de alta exatidão. Para muitos usuários principalmente em aplicações de gás,contanto que as condições de vazão sejam conhecidas e permaneçam estáveis.

Os catalisadores são a forças principais por trás dos avanços na indústria química. O desafio é conduzir o processo de catalisação desde o laboratório até a unidade piloto e, finalmente, até os níveis de produção. O desempenho dos instrumentos de medição de baixa vazão como bombas, injetores e bicos dosadores deve ser periodicamente verificados e calibrados. Existe um sensor chamado quantim, que pode funcionar como um medidor de vazão, onde ele verifica os sensores de vazão ou controla a vazão do dispositivo.

Nem sempre é fácil obter medição e controle com alta exatidão de um gás sob condições de alta pressão. Os gases supercríticos são difíceis de serem medidos com sensores térmicos tradicionais de vazão, pois a capacidade térmica pode variar muito diante de uma pequena mudança na temperatura. O quantim é ideal para a medição e controle destes gases supercríticos.

Regulamentação

Quanto a regulamentação para o transporte de gás natural, e outros derivados, não existem licitações, mas as empresas que se propuserem a construírem gasodutos no Brasil, por exemplo, deverá apresentar a autorização da Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis , isso conta também para que tanto os mesmos façam importações e exportações dos produtos que daqui saírem, constando na Constituição que a ANP é responsável por adequar valores e formas de pagamento, desde que também estejam de acordo com o mercado.

Distribuição

A distribuição de gás canalizado é de responsabilidade dos Estados da União, onde atualmente se conta com 24 empresas, onde algumas já foram privatizadas com o intuito de aumentar os investimentos, um dos problemas envolvidos na regulação do transporte do gás, é a dominante participação da Empresa Petrobras que não facilita a entrada de novos agentes. Outro fator, é a indefinição de ao acesso de terceiros a infra-estrutura de transporte de gás natural.

CONCLUSÃO

Diante do artigo elaborado, conclui-se que, um gasoduto, é um projeto complexo, onde se torna necessário estudar as possíveis variáveis, todas delicadas. É preciso definir desde as reservas e o mercado consumidor até o traçado do gasoduto. A distribuição de gás é toda canalizada no Brasil ela vai de Canoas no Rio Grande do Sul e se estende ate em Santa Cruz na Bolívia assim passando em Florianópolis, Curitiba, Campinas e Corumbá. Assim como foi visto os dutos podem ser subdivididos em oleodutos, gasodutos e minerodutos. De maneira que o transporte dutoviario pode ser um modal econômico, também pode apresentar alguns riscos das qual o principal deles são os acidentes ambientais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suplementos/logística empresarial. 5º Ed. 2004, pag. 157 – 160.

MARTINEZ, José António ; ABREU, Parcy Louzada de. Gás Natural : o combustível do novo milênio. Porto Alegre: Plural Comunicação, 2003

NOVAES, Antonio G. Logística e Gerenciamento da cadeia de distribuição. 3º Ed. 2007, Rio de Janeiro – RJ.

www.tgb.com.br - Acesso em 22/10/2008.

www.gasnet.com.br/movo_gasoduto - Acesso em 22/10/2008.

http://www.cefet-rj.br/comunicacao/noticia/documentos/Brasil_Energia_-_artigo_GNL.pdf - Acesso em 22/10/2008.

http://www.brooksinstrument.com/pdfs/brochures/Quantim_Broch-Port.pdf - acessado em 23/10/2008.


1Artigo de opinião apresentado a disciplina de Infra - Estrutura Logística, sobre orientação do Prof. Marcelo Moro.

2 Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Logística, que fazem a 2ª fase (amandaaline@msn.com; guilhermesimoneti@hotmail.com)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Parar de estudar, parte II

Agora é oficial, sou mestrando em Administração pela Universidade do Vale do Itajai, no Campus Biguaçu. Fui muito bem recebido pelo pessoal de lá, o que me deixou super empolgado em fazer esse mestrado.
Claro que, aproveitando umas horas que eu tinha em haver, aproveitei, junto com minha maravilhosa família e ficamos uns dias aproveitando a praia. Santa Catarina é uma terra maravilhosa mesmo, pois mesmo com a tragédia que se abateu mês passado, o povo já está trabalhando fortissimo para a temporada. Muitas estradas já estão limpas, o comércio já está se recuperando para atender os turistas e muito bem atendido, diga-se de passagem. Quem tem a idéia de vir ao litoral catarinense nessas férias, pode vir sem medo.
um forte abraço

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Parar de estudar

Vejam como são as coisas.
Quando eu me formei em administração em 1997, fui conversar com um professor pois eu tinha o desejo de dar aulas na faculdade.
Eu o encontrei pelos corredores e perguntei o que era necessário para esse intento e ele me respondeu:
- Faça uma Pós Graduação.
Fiquei meio puto com a maneira que ele falou, pois eu sabia que um colega meu que não frequentava aulas já estava dando aulas nos semestres iniciais sem ter ainda se formado.
Eu demorei mais 3 anos para fazer minha especialização e mais cinco para começar a dar aulas.
Hoje eu vejo que se tivesse encarado de outra maneira aquela frase, já estaria com o mestrado completo. Mestrado que ainda não comecei a fazer.
Ano passado dei um passo em direção ao mestrado e fiz a inscrição numa Universidade Federal, o qual não passei por falta de QI. Sim o tal do Quem Indica. Claro que, para você entrar numa federal para estudar, voce deve ter capacidade, mas no empate com outro capacitado, a indicação faz a diferença. Mas eu voltei à minha área, ou seja, esse ano articulei para fazer o mestrado em administração.
Em Setembro participei do teste ANPAD. Para quem não sabe, esse teste é pré-requisito se você deseja se inscrever para Administração ou Contábeis. Normalmente os cursos pedem de 250 a 300 pontos e fiz 388,54. Numa comparação com meus concorrentes, fiquei na faixa dos 20% melhores. Se a modéstia me permitir, direi que "matei a pau".
Mesmo assim, esse teste não garante nada. Escolhendo a linha de pesquisa Comportamento do Consumidor", que foi a área da minha pós, mandei currículo para Federais e Particulares. Graças ao bom Deus passei na UNIVALI, que tem conceito 4 na CAPES.
Estou feliz, muito feliz.
Segunda feira é o dia da minha matrícula.
Conseguirei meu intento?
Não percam o próximo post dessa aventura que será o Mestrado.

um abraço....

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

ENTRAVES AO FLUXO DAS OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO DAS VINÍCOLAS DA REGIÃO DO ALTO VALE DO RIO DO PEIXE

Marcelo Moro *


RESUMO

Desde o inicio, na sua criação, o vinho é considerado um alimento para a humanidade. Pesquisas recentes revelaram inclusive propriedades curatórias para o mesmo. Nesse grande produto chamado vinho, abre agora no mercado a chance de exportação, contudo, os entraves que existem para seu intento não são poucos, nem fáceis de contornar. Começam no plano psicológico e partem para o real, revelando uma burocracia desmedida, a falta de profissionais qualificados disponíveis no mercado, passando por supostos incentivos à exportação e seus adendos. Não obstante, vemos que a exportação brasileira cresce, batendo recorde ano após ano.

Palavras Chave: Exportação. Vinhos e espumantes. Barreiras. Incentivo.


1 INTRODUÇÃO

Primeiramente, era chamada de Rio das Pedras, fundada em 1918 e, mais tarde passou a chamar-se Perdizes na esperança de chamar novos membros para sua colonização, e estava situada na margem esquerda do Rio do Peixe. Na margem direita era fundada a Colônia Vitória, que na data de 31 de dezembro de 1943 fundiu-se com sua vizinha e deu inicio à criação da cidade de Videira, que foi oficializada em 03 de março de 1944. Seu nome deve-se ao fato da região possuir vasta extensão em videiras e desde 1918, quando já se colhiam cachos pesando cerca de 1,3 kg, já era um grande centro vitivinicultor do estado de Santa Catarina.

A cultura da cidade e adjacências dá-se na sua maioria pela colonização italiana nessa região, razão pela qual a gastronomia é predominantemente italiana. Advindo desse fato e da região ser propícia ao cultivo da uva, desde o início vários colonos obtinham dos seus parreirais a matéria prima para produção do seu vinho artesanal, não obstante em satisfazer as necessidades familiares, ainda o tinham para oferecer as visitas diárias.

Figura 1.1 – Alto Vale do Rio do Peixe



















Fonte: www.panceri.com.br acessado em 24/09/2007.


Com o passar dos anos, viu-se nesse âmbito em particular, um meio de aumentar a renda familiar, baixa na época, e procederam à produção e o envase do seu vinho doméstico. Nas festas em família, era comum que os participantes elogiassem o vinho servido e, por conseguinte, levassem pequenas quantidades para casa, gerando assim a idéia da venda do mesmo, não aos parentes, mas aos amigos desses. Então, com o intuito de começar e de aumentar as vendas, aprenderam formas de cultivo e preparo do v

inho, culminando em exemplares dignos das melhores mesas, fato esse comprovado por concursos atuais (como o Concurso Estadual do Vinho, realizado todos os anos na região) que embasam o escrito acima.

A globalização, fundamentada na abertura de mercado fez os vitivinicultores descobrirem o mercado externo e começarem a exportar seus produtos para além das nossas fronteiras. Com isso, descobriram Barreiras Alfandegárias e Fito-Sanitárias, que deviam ser entendidas e tornar adequadas à sua produção para tornar o seu vinho ou espumante apto à exportação.

Joanna comenta em seu livro a dualidade do vinho, pois não é um assunto difícil de entender, mas a vasta quantidade de estilos, de uvas utilizadas na fabricação, da forma de degustar e dos acompanhamentos relativos a cada uma dessas “facções”, parece tornar o assunto extremamente complexo.

Isso quer dizer que, mesmo aprendendo sobre o vinho, entend

endo suas vicissitudes, cada espécie de uva demanda de forma independente sua manufatura e feitio de vinho, diferenciando tanto em métodos de maturação, época de colheita, tempo de “descanso” e modo de envase para esse descanso. Em suma, do plantio à colocação das garrafas a venda, tudo foi reestudado e melhorado.


2 O VINHO

O primeiro gole não nos deixou nenhuma dúvida de que estávamos

experimentando algo extraordinário.O vinho era esplêndido. Era

deliciosamente doce e,no entanto, tão fresco e intenso

que se teria pensado que fora feito na véspera, e lhe

dissemos isso (KLADSTRUP 2002, p12)


A citação acima é derivada de uma conversa entre os personagens do livro do autor referido, e denota o prazer que a bebida oriunda da fermentação da uva, o vinho, proporciona aos seus degustadores e apreciadores. Nesse ponto obriga-se a abrir um contexto no parágrafo. Degustadores, apreciadores e “bebedores” de vinho são pessoas diferentes, onde o único ponto comum é o objeto de uso.

Começando pelo “bebedor”, que é a pessoa que menos aproveita as qualidades do mesmo, e mais de seus “efeitos colaterais adversos”. Costumente toma o vinho em largos goles, sem se importar com estilo de vinho e combinação com alimentos sólidos. Também mistura o vinho com refrigerante de cola, tomando a popular Porta Aberta.

O apreciador do vinho também é degustador, pois obstrai do vinho todo seu potencial, tomando com a combinação correta de alimentos, ou a combinação correta de companheiros, que também é de suma importância para o aproveitamento total de seus prazeres.

Para os bebedores de vinho, que desejam se tornar apreciadores desse líquido, deixarei umas dicas na seqüência, que não obstante em profundidade, pelo menos tornará a arte de tomar um vinho num prazer, e não meramente um ato embebedatório.

Ø Olhe para o vinho: se não souber distinguir se ele está translúcido ou não, pelo menos perceberá se há ou não pedaços de rolha em sua taça;

Ø Incline o cálice: avalie a cor do vinho, se é algo que lhe agrada aos olhos;

Ø Torcida: gire em sentido anti-horário para ver como o vinho adere nas paredes e depois escorre;

Ø Cheire o vinho: após a torcida, cheire o aroma exalado pelo vinho. Isso ajuda a preparar as papilas gustativas pelo liquido que logo virá. Grandes degustadores conseguem inclusive indicar o ano que o vinho foi produzido. Treine que um dia você também chegará nesse patamar;

Ø Deguste o vinho: degustar não é beber. Sorva o vinho dentro da boca e o mantenha ali. Você terá a confirmação do que seu olfato captou. Manobre o vinho dentro da boca, para atingir todas as partes da língua;

Ø Após da degustação: o autor acha que degustar um vinho de qualidade superior é pecado. Caso seja vinho de baixa qualidade, a degustação é uma dádiva. Isso é dito pelo fato de que, caso você vá degustar vários vinhos, não pode ficar alcoolizado, o que lhe obrigará a cuspir o vinho que você está degustando. Obviamente, um vinho de qualidade superior o fará engolir, para obter máximo prazer do mesmo;

Ø Tome notas: não será por que está degustando pela primeira vez que não deva tomar notas do que você sentiu. Pelo contrário. Tome nota na primeira vez, sempre. Com o passar do tempo (e de mais degustações) você poderá analisar suas primeiras notas com as atuais, e verá sua evolução.

Com isso tudo, você poderá, no começo a perceber os defeitos mais comuns que são possíveis de identificar no vinho, como o cheiro da cortiça (rolha) no vinho, a volatilidade e oxidação (vinho com cheiro de vinagre é... vinagre), cheiro de enxofre, que deixa o vinho carregado e um gosto desagradável no fundo da garganta.


2.1 EFEITOS DO VINHO A FAVOR DA SAÚDE

O vinho e o espumante, para seus produtores e apreciadores são considerados alimento e remédio, e não simplesmente uma bebida alcoólica.

Remédio?

Julio Anselmo de Souza Neto e Ramon Moreira Consenza, no estudo dos efeitos no vinho no sistema cardiovascular nos dizem que os “registros históricos mostram que o uso medicinal do vinho (...) data de mais de 2.000 anos. (...) egípcios, os gregos e os romanos e do mundo oriental, como os hindus, se utilizaram do vinho como remédio para corpo e alma” (REVISTA MÉDICA DE MINAS GERAIS, 1994, p27)

Recentemente, também contra o mal de Alzheimer, conforme nos explica o Dr. Jean-Marc Orgogozo.

(...) as conclusões de seus estudos em 3.777 pacientes com mais de 65 anos da região de Bordeux (distritos deGironde e Dordugne). (...) pessoas que tinham o hábito regular de beber de 250ml a 500ml de vinho pordia tinha uma chance 75% menos de desenvolver o mal de Alzhmeier. Este estudo desencadeou uma série de outras pesquisasque referendaram esses dados e descobriram que a proteção oferecida pelo hábito regular de beber vinho moderamente, protege também de outros tipos de demência, não apenas Alzhemeir. (IBRAVIN) (grifo nosso).

Além disso, estudos já comprovaram também que o tanino presente no vinho auxilia na prevenção de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, pois é um poderoso antioxidante, que nos protege dos radicais livres que aceleram o nosso envelhecimento, além de impedir a formação de coágulos responsáveis pelos males acima.

O que poucos sabem é que o vinho tinto também esta sendo associado ao bom colesterol, como demonstrado por pesquisadores na França em 2002. Bertrand Perret (EMEDIX, 2002) disse que “esse estudo fornece, pela primeira vez, uma caracterização detalhada da composição do HDL em consumidores regulares”. Esse estudo foi feito com homens e mulheres que ingerem vinho regularmente, e que ficaram em jejum por uma noite e tiveram amostras sangüíneas colhidas para análise, o que demonstrou

que o aumento no nível de HDL, observado em pessoas que bebiam regularmente, está associado com o enriquecimento de partículas do HDL com fosfolipídeo polinsaturado e particularmente, naqueles que contém ácidos graxos ôm

ega-3, um efeito que pode ser benéfico contra doenças cardiovasculares. (PERRET, idem)

O importante é lembrar que, em todos os estudos, o enfoque está no ato de beber moderadamente, ou seja, a ingestão máxima de 35 gramas de álcool por dia, como exemplificado por Perret. Acima desse valor é considerado com ingestão demasiado, e o bem feito antes é malogrado pela quantidade exacerbada de álcool no organismo.


3 HISTÓRIA DO VINHO NO BRASIL

Segundo estudos da Paleobotânica, a videira surgiu no período terciário do tempo geológico. Gravuras encontradas entre a Armênia e a Pérsia (datados de cerca de 3.500 anos A.C) mostram que o homem primitivo se alimentava dos frutos da videira. Da Armênia para a Ásia Menor, Península Balcânica, e em direção ao Sul para Síria e Egito, daí para os domínios Romanos, depois a Suíça, Alemanha, Grã-Bretanha, Espanha e Portugal.

Em 1532, e expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza trouxe as primeiras videiras para nosso país. Com a descida dos jesuítas ao Rio Grande do Sul, nos meados do século XVII aparece o primeiro registro histórico de cultivo da vinha nesse estado.

Depois de instalada, chegou proibida pelo governo português, que tinha por prioridade proteger os vinhos de Portugal já consagrados naquela época.

Originalmente, o plantio se dava para abastecer as adegas da Santa Fé, para utilização no missal, mas havia dificuldades de adaptação das viníferas utilizadas no momento. Contudo, isso mudou em 1840, com a introdução da variedade americana Isabel, após fundação de Porto Alegre pelos açorianos e do reconhecimento da primazia do Manoel de Macedo Brum da Silveira no plantio de videiras por Dom João VI. Essa variedade teve grande sucesso pelo fato da sua resistência e rusticidade a tornarem superior às outras cepas viníferas, mais frágeis que já existiam anteriormente. A uva Isabel foi-se disseminando nas áreas de colonização

alemã como São Leopoldo.

Nos meados de 1875, a viticultura volta a se expandir, graças à colonização italiana, pois seus emigrantes encontravam no vinho alívio para o esforço despendido no dia-a-dia. As famílias se estabeleceram inicialmente em São Paulo, pontos de Santa Catarina e interior, como Serra Gaúcha, fundando os maiores expoentes da viticultura nacional, como os municípios de Flores da Cunha, Garibaldi, Caxias do Sul, Bento Gonçalves e outros. Da Serra Gaúcha para Videira, Pinheiro Preto e demais localidades do Alto Vale do Rio do Peixe, região de maior expressão na produção vitivinícola do Estado.

O pesquisador Celito Guerra comenta sobre as pesquisas em Santa Catarina que “alguns tintos têm demonstrado alto potencial de qualidade. Já no caso dos brancos, há que se encontrar soluções para certos problemas climáticos das zonas de altitude, como as geadas tardias" (JORNAL BON VIVANT), o que demonstra potencialidade nas variedades ofertadas na região.

Jean Pierre Rosier, engenheiro agrônomo, doutor em enologia e gerente regional da Epagri de Videira, explica que na metade da década de 80

foi criada então a Cantina Modelo da Estação Experimental de Videira, que desenvolveu trabalhos de vinificação e introdução de variedades. Uma parceria com o Sindicato das Indústrias do Vinho de SC promoveu a difusão destas técnicas e avançou nas áreas de fitossanidade, desenvolvendo trabalhos com porta-enxertos e sistemas de condução, além de acompanhar os produtores de vinho na elaboração de vinhos finos (IDEM).

Em junho passado, a empresa Panceri tornou-se a primeira exportadora de vinhos de Santa Catarina, promovendo um embarque de vinhos para a República Tcheca.


4 VINHO E PRATOS: A COMBINAÇÃO PERFEITA

Não apenas beber o vinho, mas tê-lo como acompanhante em pratos a serem servidos aos nossos convidados (os mais afoitos entendem que o prato é o acompanhante do vinho, e não ao contrário).

Experts em vinhos conseguem, facilmente, enumerar as qualidades do vinho de modo e enaltecer seu acompanhamento (e vice versa), mas para seus iniciantes, podemos citar uma regra básica, que vai ajudar a se manter no caminho certo:

Ø Vinhos tintos (fortes) anulam os peixes e frutos do mar

Ø Vinhos brancos (doces e aromáticos) brigam com as carnes escuras.

Nos quadros seguintes, você poderá trabalhar de um modo mais profissional sobre os ac

ompanhamentos, com a sugestão do sr. João Afonso, que pode ser encontrado em sua totalidade no site http://sobenge.com.br/mrdev/artigos/print.asp?cod=161.


BRANCOS

Quadro 01: Quadro de Combinações do Vinho Branco com alimentos.

Fonte: http://sobenge.com.br/mrdev/artigos/print.asp?cod=161

TINTOS

Quadro 02: Quadro de Combinações do Vinho Tinto com alimentos.

Fonte: http://sobenge.com.br/mrdev/artigos/print.asp?cod=161


5 CANTINAS DO ALTO VALE DO RIO DO PEIXE

Compactuando ao fato da região ser vinífera desde os primórdios de sua colonização, não é novidade a grande quantidade de cantinas na região. Como comentado no início do texto, grande parte dos produtores são colonos que obtinham da uva o vinho para suprir suas necessidades e que viram a partir daí, um meio de aumentar sua renda familiar. Por conseguinte da extensão das cantinas, tomo a liberdade de listar apenas as principais no quadro abaixo.

Quadro 03: Relação das vinícolas do Alto Vale do Rio do Peixe

Dentro da região do Alto Vale do Rio do Peixe, no ano de 2006 foram colhidas cerca de 19.858.402,60kg do fruto da videira, sendo que 274.403,5 kg era uvas viníferas (utilizadas na produção de vinho fino) e 19.583.999,10kg uva comum (utilizadas na produção de vinho de mesa). Apesar da diversidade de cantinas na região do Alto Vale do Rio do Peixe, a Vinícola Panceri Ltda é a única e trabalhar com exportação de vinho de forma regular.

No dia 09 de agosto do corrente ano, foi assinado um termo de cooperação técnica entre a Universidade do Oeste de Santa Catarina e o Sindicato do Vinho de Santa Catarina, ratificando cada vez mais a idéia que vem se desenhando a bastante tempo, que é a instalação do Laboratório de Microvinificação e do Instituto do Vinho de Santa Catarina.

Essa iniciativa é parte do projeto de Formação do Turismo Enogastronômico (Projeto FORTE) que a UNOESC mantém com a Itália, através da Escola Técnica de Vitivinicultura. Segundo o vice-reitor Antônio Carlos de Souza, “o laboratório vai possibilitar (...) o desenvolvimento de novas variedades, melhoria da genética das cultivares existentes na região e a unificação dos processos nos mesmos moldes da escola Italiana” (UNOESC, 2007).

Celso Panceri, presidente do Sindicato do Vinho diz que essa parceria “será o resgate da região do Vale do Rio do Peixe, grande produtora de Vinho, mas que por muito tempo ficou no esquecimento” (IDEM) e que

o conhecimento dos profissionais que atuam com pesquisas na área da vitivinicultura na universidade, aliada as novas tecnologias, será de grande importância e seremos parceiros em toda e qualquer iniciativa que venha a somar em prol do setor da vitivinicultura de nosso Estado. (IDEM)

Isso tudo vem reforçar o aumento gradual da qualidade do vinho na região do Alto Vale do Rio do Peixe, e firmar a região como pólo exportador do vinho catarinense.


6 EXPORTAÇÃO DE VINHO DO ALTO VALE DO RIO DO PEIXE

A produção brasileira de vinhos e espumantes entrou de maneira ofensiva no mercado internacional a partir do convênio assinado na data de 25 de outubro de 2004, na cidade gaúcha de Caxias do Sul, pelos presidentes da Apex, Juan Quirós, e do Conselho Deliberativo do Ibravin, Arnaldo Passarin. A meta inicial era findar o ano de 2006 com exportação superior ao montante de US$ 455 mil, o que seria um acréscimo de 88% em relação com o ano de 2003.

Segundo dados da Associação Brasileira de Enologia (2004), a vitivinicultura brasileira é detentora de mais de 900 premiações internacionais, sendo caracterizada pela constante evolução, fruto do investimento na produção e tecnologia da área. Em 2004, Santa Catarina já era um dos pólos vitivinícolas brasileiro, com produção de 41,1 mil t e 3,5 mil ha plantados.

Os dados mais recentes (2007) indicam que a exportação vem crescendo, sendo que o primeiro trimestre do ano foi 120% superior ao mesmo período do ano passado, e ultrapassou a cifra de US$ 450 mil. Em 2006 foi exportado US$ 3,15 milhões em vinhos e espumantes, segundo dados fornecidos pra Wines From Brazil. Como fala sua gerente de promoção comercial, Andréia Gentilini Milan,

Apesar da política de câmbio desfavorável que tem prejudicado imensamente as exportações brasileiras as vinícolas têm demonstrado que através de um trabalho em conjunto e contínuo é possível crescer no mercado externo apesar de tantas dificuldades (IBRAVIN, 2007) (grifo nosso)

Esse crescimento foi impulsionado pelos Estados Unidos, Alemanha e República Tcheca, pois estão sendo despendidos intensos esforços nesses países na promoção comercial desde ano passado. Dentre esses esforços, podemos citar a participação do Wines From Brazil nas feiras de London Wine Fair em maio, o Circuito de Degustação de vinhos nos Estados Unidos em Setembro e realização do seminário Como Exportar Vinhos para a Europa, em Bento Gonçalves, RS.

Interessante frisar que no dia 24 de maio do corrente ano, no London International Wine & Spirits Fair (Feira Internacional de Vinhos de Londres) foi lançado o Grande Reserva Pisani Panceri, pela Vinícola Panceri, sediada no Alto Vale do Rio do Peixe. Isso ratificado pelo comentário de Steve Fischer (ÊXITO, 2007), da International Food & Drink, que falou que “jamais imaginamos que o Brasil produzisse vinhos de tamanha qualidade” (Êxito, 2007 p. 66).. Cabe ressaltar que “a Vinícola Panceri é a primeira empresa catarinense do setor de vinhos a comercializar seus produtos na Europa” (IDEM).

Conforme divulgou a Assessoria de Imprensa da Apex-Brasil em seu site no dia 25 de fevereiro do corrente ano, “as exportações brasileiras de vinhos cresceram mais de cinco vezes (...) passando de US$ 772 mil em 2003 para US$ 4 milhões em 2007” (APEX-Brasil) Dentre esse montante cabe salientar que 57% desse valor exportado correspondem às empresas que participam do programa Wines From Brazil.

O Presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Denis Debiase enaltece os dados alcançados até o momento, pois através deles tem a certificação que o projeto de internacionalizar o vinho brasileiro é um sucesso. Nesse biênio 2008 – 2009 tem início a segunda etapa do convênio supracitado, conforme cita a Assessoria de Imprensa APEX-Brasil,

28 pequena e médias empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e da Bahia serão beneficiados (...) participações nas principais feiras internacionais do setor, como a Prowein, na Alemanha, a London Wine Fair, na Inglaterra e a Vinexport, na França (APEX-BRASIL em 25/02/08)

Uma área da Economia Brasileira cresce constantemente. A exportação brasileira vem batendo recordes de vendas desde 2000. Esse número não é ainda maior, pois há uma percepção que somente grandes empresas, como Perdigão, Gerdau, Embraer e Petrobrás podem exportar. Mas esse não é o único entrave à exportação. Conforme a Assessoria de Imprensa da NetComex (2006),

os entraves burocráticos que muitas vezes o dono de um pequeno negócio enfrenta quando pensa em exportar é um desestímulo para que quer alcançar novos mercados. (...) falta de informação e preparado do empresário que não conhece o mercado (...) e nem sabe o caminho das pedras na hora de exportar.

Além disso, as pequenas e micro empresas também elencam outros fatores, como a cotação do dólar, a falta de profissionais com experiência em comércio exterior e a grande dificuldade de encontrar parceiros que cuidem das vendas em outros países como os principais entraves para a exportação. Magaly Albuquerque, analista do Sebrae, apud Ana Paula Ribeiro (2008) diz que “é necessário identificar empresas com potencial exportador e apoiá-las para que possam vender seus produtos”. Para isso, a Secex (Secretaria do Comércio Exterior), em parceira com o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), SEBRAE, Banco do Brasil e Banco Nordeste implantaram o programa Primeira Exportação.

O programa funciona através da assessoria da Faculdade de Alagoas, através do curso de Comércio Exterior, onde os alunos exercem um papel de

elaborar um plano de comercialização, com base em pesquisas de pólos de referência dos setores, pesquisa de mercado, alteração no produto de acordo com as exigências de mercado de cada país, marketing internacional, documentação, despacho e aduana (Assessoria NetComex, 2006)

e com isso melhorar as condições das empresas exportadoras da região.

Outros entraves também seriam o (a) ambiente competitivo, onde as maiores reclamações se pautam na taxa de câmbio, burocracia alfandegária e carga tributária, a (b) estrutura interna da empresa, onde as reclamações se pautam na falta do profissional adequado, falta de condições financeiras e a percepção que o produto é caro para os padrões do mercado internacional e, por último, (c) condições de acesso a mercados externos, onde a dificuldade em encontrar um parceiro apto para apoiar as vendas é maior entrave, seguido da necessidade de se estruturar canais de comercialização em outros países e as exigências burocráticas por último.

Nesse ambiente damos o exemplo da Vinícola Pizzato, que “chegou a ser procurada por importadores americanos, mas perdeu o contrato por não ter produção suficiente para exportar” (APEX-Brasil, 200?).

Os Estados Unidos é o principal mercado de exportação dos vinhos nacionais. Para se exportar ao continente norte americano, a vinícola precisa de um investimento médio de US$ 50 a US$ 60 mil (dados obtidos da Conceito Assessoria em Comunicação, 2007). Nesse ambiente, é importante o conhecimento da legislação que há em cada estado e também saber que o nível de exigência é alto, para que o produtor não gaste dinheiro demasiado e volte sem pedidos para casa.

Dentro dessa prerrogativa, todos os países têm barreiras alfandegárias legais que impossibilitam o acesso facilitado do produto advindo das viníferas, que são suas barreiras técnicas.

Segundo o INMETRO,

Barreiras Técnicas às Exportações são barreiras comerciais derivadas da utilização de normas ou regulamentos técnicos não transparentes ou que não se baseiam em normas internacionalmente aceitas ou, ainda, decorrentes da adoção de procedimentos de avaliação da conformidade não transparentes e/ou demasiadamente dispendioso, bem como de inspeções excessivamente rigorosas (MANUAL DE BARREIRAS TÉCNICAS, p 10).

Ou seja, os países buscam vários mecanismos que dificultem a entrada de mercadorias importadas, com o intuito de protegerem seus mercados internos. Normalmente esse mecanismo utilizado é a tarifa sobre importação, mas os acordos de mútuo comércio visam inicialmente à unificação da tarifa, e sua conseqüente redução, o que faz os países buscarem novos artifícios para o mesmo.

Em nosso país, o órgão que regulamenta o produto vinho e espumante é o Ministério da Agricultura.


7 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

A partir dos dados supra apresentados, podemos elencar os principais entraves da seguinte maneira:


7.1 FALTA DE PREPARO PARA EXPORTAR

As empresas não designam um profissional que fique específico para cuidar da exportação, ou seja, que se dedique em prospectar clientes, fazendo o marketing internacional, cuidando da logística que leve o produto até o porto onde será despachado e toda sua burocracia necessária. Isso também se deve ao fato que hoje não se encontra no mercado esse profissional específico, pois as grandes empresas exportadoras arregimentam todos os mais habilitados. O que a empresa então necessita é buscar um profissional criativo e proativo no mercado e capacitá-lo a atuar nesse mercado, ao mesmo tempo em que desenvolve uma política de retenção de talentos, para que após todo investimento no mesmo ele não migre para outra grande empresa por proposta superior.


7.2 PARCEIROS

A falta de conhecimento do mercado a que desejamos inserir nossos produtos faz que a procura pelo parceiro de vendas internacional seja prejudicada, pois não temos a confiança necessária para apostar uma larga escala de investimento em qualquer empresa, seja ela de primeiro nível ou não. Isso ocorre da decisão equivocada do “quando” procurar o parceiro, que deveria ser nos primórdios da produção ao invés de fazê-lo com o produto “embalado para exportação”. Esse erro de tempo prejudica a empresa, pois o dinheiro investido na produção precisar ser re-obtido com a venda e a demora no encontro do parceiro faz essa produção ir para o mercado interno, desestimulando o vitivinicultor.


7.3 BUROCRACIA DEMASIADA

Apesar do governo brasileiro ter base motivacional para exportação, com inúmeros incentivos ao mesmo, a burocracia despendida para tanto realmente desmotiva as pequenas e micro empresas em investir forte na sua produção para exportar o excedente. A demora no trâmite de liberação para exportação coloca a Vinícola na mesa posição acima, caso na tenha capital de giro de retaguarda para agüentar essa demora. Para pequenas e micros empresas essa demora afeta seu fluxo de caixa de modo que para eles o incentivo a exportar não se torne tão interessante assim.


7.4 PRODUÇÃO

As vinícolas têm na sua mentalidade que somente o excedente deve ser exportado e para isso devem aumentar sua produção. Em algum momento elas vão perceber que poderão exportar TODA sua produção, visando assim somente mercado externo e receita em moeda estrangeira. Dos entraves apresentados, esse é o mais difícil de ser contornado, pois o primeiro fato vem do capital para aumento de produção e o preparo psicológico para atuar somente nesse campo, caso decisão pelo mesmo, e de abandonar seus “parceiros” regionais.


8 CONCLUSÃO

As micros e pequenas empresas Vinícolas desejam exportar e isso é um fato. Apesar de toda existência de incentivos à exportação, a realidade não mostra isso. Diversos entraves trabalharam para dificultar isso, como taxas de câmbio, burocracia desmedida, falta de profissional qualificado disponível no mercado, falta de conhecimento no mercado exterior.

Focando em exportação, é inconcebível aceitar falta de exportação por culpa de burocracia desmedida. Num ambiente globalizado, onde a informação sai do interior do Brasil e chega às capitais européias em micro segundos, a demora para liberação de embarque e preenchimento de papéis agem de contra-senso aos incentivos oferecidos às empresas que desejam entrar nesse campo de divisas monetárias internacionais.

Claro que, observando toda sua história, descobre que o maior entrave é o medo do desconhecido, ou seja, os empresários não conhecem o mercado externo e também não vão atrás para conhecer. Com isso, inventam desculpas para não exportar, quando na realidade é o medo do novo ou do desconhecido que os impedem de entrar nesse campo da exportação.

Nesse âmbito em particular, a falta de profissionais qualificados disponíveis no mercado também interfere nisso, pois os mesmo tem a capacidade e o conhecimento necessário para tanto.

As empresas que conseguiram sobrepujar essa primeira instância e entraram de corpo alma e produtos no mercado externo estão agora na segunda fase, onde os problemas se tornam reais e precisam ser contornados, com decisão e perseverança.


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* Bacharel em Administração de Empresas. Especialista em Marketing. Especialista em Logística Empresarial. Coordenador do Núcleo Biotecnológica da UNOESC – Campus Videira.