quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Rudolph Giuliani - Liderança possível


Disponível em HSM Online
01/12/2009


Rudolph Giuliani desmistifica o conceito de líderes serem pessoas de talento inato e fala de como é possível tornar-se um líder de alto impacto.



A associação é imediata: só o nome Rudolph Giuliani já faz lembrar do 11 de Setembro. Mas logo nos primeiros minutos de sua palestra dá para saber que ele tem bem mais a falar sobre ser um líder do que a experiência vivida durante os atentados fatídicos de 2001, quando ocupava o cargo de prefeito de Nova York. É na liderança que reside o grande expertise de Giuliani e ele está disposto a dividir o que sabe com as cerca de quatro mil e quinhentas pessoas que lotaram o auditório principal da ExpoManagement 2009 para ouvi-lo.

Isso parte de sua convicção de que ninguém nasce líder, e sim, aprende a sê-lo ao longo da vida, com suas experiências. Algumas das coisas que ajudam a construir um bom líder são mais simples do que se imagina e uma delas é estar atento e conectado com a sua época.

“Uma de minhas grandes realizações foi diminuir a criminalidade em Nova York e isso não seria possível dez anos antes. Muito do sucesso se deveu ao uso de tecnologias que nos permitiram mapear a violência da cidade e atuar especificamente nas necessidades de cada região”, conta. Os dados provam a eficiência: antes de seu governo os assassinatos beiravam dois mil ao ano. Hoje não passam de 500. A cidade se transformou da mais violenta dos Estados Unidos em uma das mais seguras e a evolução da informação foi grande aliada nesse processo.

O palestrante alerta que cada pessoa, queira ser um líder ou não, precisa aprender a usufruir da revolução digital para suas tarefas e sua vida. Para ilustrar, conta uma história pessoal. Sua profissão e reputação o brigam a fazer cerca de 100 viagens, nacionais e internacionais, por ano. Como grande fã de literatura e música clássica que é, não embarcava sem levar pelo menos três livros e uma enorme pilha de CDs. “Era um inferno viajar comigo, sempre tinham de ma ajudar a carregar as coisas”, relata. Hoje, sua bagagem diminuiu consideravelmente graças a dois aparelhos: o i-Pod e o Kindle. “Me tornei uma boa companhia graças à tecnologia”, brinca.

Bom humor e piadas à parte, Giuliani usa a experiência pessoal para descrever as bases de sua filosofia de liderança, calcada nas seguintes atitudes: ler, ouvir, debater, escrever e pensar. Dessa maneira, o líder se torna alguém que tem alicerces para formar seus próprios conceitos e conduzir a massa com propriedade em vez de acabar conduzido por ela. Vale ler o que o palestrante disse sobre cada uma dessas bases.

- Leia - “Leia muito, sobre tudo o que você tiver interesse. Não deixe que os outros façam análises por você. Leia, conheça, aprenda e faça-as você mesmo. Isso cria a sua base de conhecimento, que será só sua”

- Ouça – “Preste atenção no que os outros dizem, pergunte a pessoas que são consideradas especialistas. Não há elogio maior do que receber uma questão por ser tomado como um expert no assunto. Certamente todos adorarão responder. Bons ouvintes são bons aprendizes. Quem fala demais só repete o que ouve por aí”

- Debata – “É assim que tomo minhas decisões, sempre gerei debate. Ouça os dois lados antes de decidir, crie tensão propositadamente. Assim você prevê alguns erros que podem ocorrer e pode minimizá-los”.

- Escreva – “Anote sempre. Quando você anota, registra melhor e o processo de se concentrar para fazer um esforço físico é muito útil. Quando vou discursar, escrevo algumas coisas no papel, caso precise ler, mas sempre acabo não lendo. É que já registrei e decorei só de escrever. Antes de uma decisão importante, sempre coloque no papel todos os prós e os contras de cada atitude. Ajuda a sintetizar e pensar melhor.”

- Pense – “Mas pense de fato. Quando eu era criança e não conseguia resolver um problema ou lição do colégio, minha mãe dizia para eu rever a matéria uma vez e ir dormir, que no dia seguinte eu resolveria. Parece incrível, mas desde então as soluções que preciso aparecem quando estou no banho. Se dê tempo para pensar, nunca faça nada pressionado. Eu resisto sempre quando tentam tirar minha capacidade de decisão.”

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