terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Jack Welch: Brasil, a Bola da Vez?

Disponível em HSM Online
30/11/2009

 Com muito calor humano, Jack Welch falou 
sobre o futuro da sustentabilidade no mundo e 
a relação desta com as mudanças climáticas e a
lucratividade das empresas.

“Se você é um CEO de uma empresa, você tem que supor que a mudança do clima vai acontecer. Você precisa estar de acordo com as demandas dos consumidores que estão em busca da sustentabilidade”. Foi com este pensamento que Jack Welch defendeu o seu ponto de vista, afirmando que o mundo caminha nessa direção. “Nada como uma boa recessão para fazer as pessoas pensarem antes de gastar”.
Para Welch, o uso sustentável de Recursos humanos deve ser um item na agenda dos empresários. “Como podemos deixar para trás o discurso e levar a frente a sustentabilidade como modelo de negócios?”, questionou. O CEO afirmou que é preciso dar aos clientes produtos que os tornem mais produtivos e possam ser mais úteis. “Tirar menos recursos do mundo e fornecer produtos melhores”.
O CEO acredita que a coisa mais importante na qual o empresário precisa pensar todos os dias é em tornar o seu cliente mais competitivo, vencedor. “Menos uso de energia vai ajudar o seu cliente a ser melhor”, afirmou. Na seqüência, alguns temas que foram debatidos durante a conferência, e as respostas de Jack Welch para muitas perguntas feitas pela platéia.

Governança corporativa
Welch afirmou que a crise mundial revelou uma falta de governança corporativa. “A governança não cumpriu o seu papel. A crise só apontou as fraquezas”. O CEO enfatizou que quanto mais executivos ativos estiverem no conselho das empresas, melhor. “Ser um grande membro de conselho é ser curioso, mas não é fazer micro gestão. Isso inclui o entendimento das pessoas da organização, sentir o cheiro da organização para ter a sensação do que está acontecendo”. Ele explicou que é preciso ter a experiência prévia para saber o que está acontecendo. “Nós ainda não encontramos o modelo certo. Antigamente era prestigioso ser conselheiro, agora é um risco”.

Política
Quando questionado sobre política, Welch relembrou que a economia americana passa por uma situação difícil. “Obama está abarcando coisas demais, reinventando a área de saúde, tentando reformar em oito meses o que levou trezentos anos para ser construído”. Ele afirma que o maior problema para qualquer político é criar empregos e mantê-los. “Vamos ter de aguardar um certo tempo para ver o que acontece. A idéia de reformar o sistema de saúde de uma maneira tão ampla, quando as pessoas estão satisfeitas e você esta quebrado, é muito arriscada. O público só se preocupa com a dívida quando perde dinheiro”, declarou, explicando que o presidente Obama aparentemente está criando até uma resistência quanto a ele mesmo, já que sua popularidade caiu muito. “É melhor ser empresário do que ser político”, opinou Welch.

Acionistas
Welch acredita que se você começa com clientes e funcionários satisfeitos, os acionistas têm tudo a ganhar. “O valor do acionista é um produto do seu bom trabalho. É um trabalho em equipe”. Para ele, equilibrar investimento presente e futuro é o trabalho de um grande líder, “Tem que equilibrar de maneira permanente, todo santo dia”, declarou, enfatizando que ao atingir resultados de curto prazo, você vai ter recursos para investir.
Clientes
O que os clientes procuram numa relação de longo prazo? Welch responde que é um fornecedor que se preocupe com eles e que queira entregar o produto a qualquer preço. Ele afirma que os clientes sabem se você está interessado neles ou em você mesmo.”O vendedor é a pessoa que vai transformar a relação do cliente em uma grande experiência. Eu não gosto de vendas transacionais. Prefiro negócios que rendem compras a longo prazo”. Ele explicou que é por este motivo que é preciso fazer as pessoas entenderem essa estratégia: como fazer o cliente ficar grudado na sua empresa.

Educação
O CEO foi taxativo ao dizer que a educação é muito importante para a sociedade. “Os EUA estão tendo problemas sérios com a educação”, afirmou. No cenário brasileiro, Welch ponderou o quanto a base do País é ruim. Ele acredita que existe uma cultura promissora a respeito de empreendedorismo, mas que ainda é só uma promessa. “Essa é uma tendência. A Índia tem isso. As pequenas empresas criam mais empregos que as grandes”, afirmou.
Para Welch, a coisa mais importante do Brasil é desenvolver a criatividade. “Não dá para administrar uma grande empresa sem um bom sistema educacional”.
Brasil Mania
Jack Welch avaliou que a emergência da China é um grande benefício para o Brasil. “O Brasil é a bola da vez. É um desafio gerenciar esse sucesso. Só espero que vocês saiam ganhando”, afirmou. Para ele, só é possível ganhar levando em consideração a importância da qualificação dos líderes, uma vez que acredita que quando não se tem líderes, normalmente não se tem recursos humanos. “Você não consegue ser um vencedor se não conhecer as regras do jogo”, afirmou, enfatizando o valor da integridade.“Qualquer pessoa que violar a integridade tem que ser enforcada em público”, concluiu.

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