terça-feira, 16 de março de 2010

LOGÍSTICA REVERSA

                                                                                                       Débora Souza *

                                                                                                          Elizeu de Moraes**

    Marcio Nunes ***

 

 

RESUMO

 

O estudo dos canais de distribuição reversos é relativamente recente na logística empresarial moderna. Uma parcela dos bens que são vendidos por meio de cadeia de distribuição direta retorna ao ciclo de negócios ou produtivo pelos canais de distribuição reversos. Os bens de pós-venda, com pouco ou sem nenhum uso, constituem os canais reversos de pós-venda, enquanto os bens de pós-consumo, que foram usados e não apresentam interesse ao primeiro possuidor, serão retornados pelos canais reversos de pós-consumo. Os bens de pós-venda retornam por diferentes motivos e utilizam, em grande parte, os próprios canais de distribuição direta, enquanto os bens de pós-consumo possuem uma organização própria. Os canais reversos de pós-consumo subdividem-se em canais reversos de reuso de bens duráveis e semiduráveis, de desmanche de bens duráveis e de reciclagem de produtos e materiais constituintes.

 

Palavra-Chave: Logística reversa. Ciclo de vida do produto. Reutilização de embalagem. Processo logístico reverso.

 

                                                        ABSTRACT

 

The study of reverse supply chain is relatively new in modern logistics. A portion of the goods that are sold through the direct supply chain returns to the business or productive cycle’s througt the reserve supply chain. The goods after purchase, with little or no use, are the reserve channels of post selling, on the other hand, the post-consumption goods that were used and are not of the interest of the first owner, will be returned though the reverse channels of post-consumption. The post-selling goods return for different reasons and use in large part, their own direct supply chain, while the post-consumption goods have their own organization. The post-consumption reverse channels are subdivided into reverse channels of reuse of durable and semi-durable goods, of dismantling of durable goods and of product and composition material recycling.

 

Key-words: Life cycle of the product. Reuse packaging. Reverse logistics process.

 

INTRODUÇÃO

 

Devido ao aumento crescente da população a nível mundial, juntamente com a Revolução Industrial e demais acontecimentos tornaram-se necessário a utilização de uma técnica ou sistema para atender a demanda do mercado consumidor, que por conseqüência destes fatos já citados aumentou demasiadamente. Em meio a esse contexto ressurge a idéia de logística, já usada há décadas atrás, mas até então desconhecida ou pouco conhecida no meio empresarial. Entende-se por logística todos os processos necessários para fazer com que o produto chegue ao cliente de forma a satisfazê-lo da melhor forma possível, minimizando os custos e os tempos envolvidos em todas as fases desse processo.                                                                                                                                                                                           Dessa forma, a logística supriu essas necessidades provenientes do aumento do mercado consumidor por muitos anos até surgirem novos agravantes. Como todo sabe logística é o conjunto de todos os procedimentos, formas, processos necessários para fazer com que o produto chegue ao cliente da melhor forma possível para satisfazê-lo. Na logística reversa ou também conhecida como logística inversa acontece à mesma coisa só que desta vez a premissa é fazer com que o produto que esta no seu destino final, o cliente, seja transportado da melhor, correta e mais segura forma até a empresa de origem ou a outro lugar qualquer que tenha por objetivo dar um fim adequado ao mesmo.

Dado a preocupação das instituições ambientais geradas pelo descarte de materiais inutilizados que são prejudiciais à saúde humana, os órgãos responsáveis criaram determinadas leis donde tais materiais deveriam ser devidamente reciclados pela empresas ou indústrias que os competem. E em face da tendência da rejeição das pessoas quanto aos produtos materiais que agridem o meio ambiente, devido ao maior conhecimento dos mesmos sobre os impactos que o meio ambiente vem sofrendo devido a tais produtos, os clientes ficaram mais exigentes. Eles não mais querem somente produtos de qualidade, mas que atendam também normas pré-estabelecidas pelos órgãos responsáveis de proteção ao meio ambiente.

Nos últimos anos, entretanto, aumentou expressivamente as atividades de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens. Fabricantes de bebidas que têm que gerenciar o retorno das garrafas, siderúrgicas que utilizam como insumo de produção a sucata gerada por clientes, indústrias de latas de alumínio que fazem uso de matéria-prima reciclada e, mais recentemente, indústrias de eletrônicos, varejo e automobilística que passaram a lidar com o fluxo de retorno de embalagens, de devolução de clientes ou reaproveitamento de materiais para produção, são exemplos de empresas que passaram a ter necessidade de gerenciar o fluxo do ponto de consumo até o ponto de origem. Esse fluxo logístico inverso, ou seja, a logística de trás para frente é denominada Logística Reversa.                                                               

Portanto, em alguns casos, esse fluxo logístico já conhecido e utilizado não serve mais, pois agora a intenção não é somente em levar o produto ao cliente, mas sim em também saber como os restos desse produto irão voltar para sua empresa para que sejam devidamente tratados. Podemos definir logística reversa como fluxo inverso do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser gerenciado. É a área da logística empresarial que tem a preocupação com os aspectos logísticos do retorno ao ciclo de negócios ou produtivos de embalagens, bens de pós-venda e de pós-consumo, agregando-lhes valores de diversas naturezas; econômica, ecológica, legal, logística de imagem corporativa entre outras.

 

1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS (CDRs)

 

            O marketing e a logística empresarial têm consagrado grandes esforços em estudos e aperfeiçoamentos, em universidades e empresas modernas, à disciplina dos “canais de distribuição” e da ‘distribuição física’ dos bens produzidos. Com a atual crise ambiental que vivemos, não apenas na questão econômica, mas também se tratando de mercados globalizados, essa nova modalidade de logística se tornou um diferencial para as empresas.   

A importância econômica da distribuição seja sob o aspecto conceitual mercadológico ou sob o aspecto concreto operacional da distribuição física se dá devido ao grande volume de negociações e as fusões de empresas, que tem a necessidade do produto certo, no local certo e na hora certa. Por ser ainda baixa a importância econômica desta modalidade de logística, quase uma fração do valor das transações diretas, não tem se dado o devido valor ao que acontece, mas já há preocupações nesse sentido, quando se leva em conta a velocidade com que se é lançado novos produtos.

 

1.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NOS CASOS DE LOGÍSTICA REVERSAS

Bons controles de entrada: consiste na identificação do estado dos materiais a serem retornados e a decisão se o material pode ou não ser re-utilizado; Processos padronizados e mapeados: a mudança do foco na logística reversa, onde deixa de ser um processo esporádico e de contingência, passando a ser considerado um processo regular, que requer documentação adequada através do mapeamento de processos e formalização de procedimentos. Assim, podem-se estabelecer controles e oportunidades de melhorias. Tempo de ciclo reduzido: é o tempo considerado entre a identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e o seu efetivo processamento.                                                                                

Sistemas de informação: o processo de logística reversa necessita do suporte da tecnologia da informação (TI), a fim de viabilizar o atendimento de requerimentos necessários para a operação. Entre as funcionalidades requeridas pode-se listar: Informação centralizada e confiável, rastreabilidade, avaliação de avarias, etc. Rede logística planejada: consiste na infra-estrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de materiais processados. Envolve-se instalações, sistemas, recursos (financeiros, humanos e máquinas), entre outros.                                                                              

Relações colaborativas entre clientes e fornecedores: como há uma série de agentes envolvidos no processo, surgem questões relacionadas ao nível de confiança entre as partes envolvidas. Informações tais como, nível de estoques, previsão de vendas e tempo de reposição dos materiais, devem ser trocadas entre os membros da cadeia para que o sistema funcione de maneira eficiente.                                                                                                 

A gestão de retorno de produtos é mais do que decidir o que fazer com ele, envolve a captura de informações que permitam entender os motivos do seu retorno e com isto atuar sobre as causas da insatisfação dos clientes contribuindo para reduzir os retornos futuros, alem de que um processo rápido e eficiente para os clientes aumenta a credibilidade.  Estas informações podem ajudar tanto na fabricação, na embalagem e nas ações de marketing (promoções com produtos de retorno em determinados mercados, e melhoria do produto/serviço).        

Para aproveitar o retorno de produtos do mercado de forma sincronizada e fazer ações de promoções especificas em certos mercados é necessário disponibilizar e sincronizar as informações para o marketing, isto pode ser feito através de um adequado gerenciamento do Gerenciamento da Cadeia Reversa (RSCM), de modo que seja feito no menor tempo possível, reduzindo a perda de valor do produto por conta da depreciação de mercado e pelo aumento da eficiência. As ações de pós-venda constituem-se em um elemento de fidelização, podem até mesmo vir a se transformar em oportunidades de alavancar novos negócios, através da prestação de outros serviços não restritos à assistência técnica, propiciando o surgimento de uma nova unidade de negócios na organização.

 

1.2 PRINCIPAIS RAZÕES QUE LEVAM AS EMPRESAS A ATUAREM EM LOGÍSTICA REVERSA

 

Neste tópico apresentaremos os principais motivos para a empresa atuar na Logística Reversa:

·         Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do tratamento necessário;

·         Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo;

·         A crescente conscientização ambiental dos consumidores;

·         Razões competitivas – Diferenciação por serviço;

·         Limpeza do canal de distribuição;

·         Proteção de Margem de Lucro;

·         Recaptura de valor e recuperação de ativos.

 

1.3 A DIFERENÇA ENTRE O FLUXO DIRETO E O FLUXO REVERSO DA CADEIA LOGISTICA

 

Na Cadeia Logística convencional os produtos são puxados pelo sistema, enquanto que na Logística Reversa existe uma combinação entre puxar e empurrar os produtos pela cadeia de suprimentos. Isto acontece, pois há, em muitos casos, uma legislação que aumenta a responsabilidade do produtor. Quantidades de descarte já são limitadas em muitos países.      

Os Fluxos Logísticos Reversos não se dispõem de forma divergente, como os fluxos convencionais, mas sim podendo ser divergentes e convergentes ao mesmo tempo. O processo produtivo ultrapassa os limites das unidades de produção no sistema de Logística Reversa. Os fluxos de retorno seguem um diagrama de processamento pré-definido, no qual os produtos (descartados) são transformados em produtos secundários, componentes e materiais. Os processos de produção aparecem incorporados à rede de distribuição.                                    

Ao contrario do processo convencional, o processo reverso possui um nível de incerteza bastante alto. Questões como qualidade e demanda torna-se difíceis de controlar.         

 As empresas tradicionais focam na melhoria da eficiência de sua cadeia direta (insumos para entrega dos produtos aos clientes), já a cadeia reversa é um processo bem diferente, pois envolve: Retornos de credito; Substituição de garantia; Trocas; Reparos; Perdas que podem ocorrer. A utilização de sistemas tradicionais de supply chain tem-se mostrado ineficientes para lidar com estas novas condições, e para avaliar o valor do retorno. Historicamente, perda na cadeia reversa tem sido absorvidas ou simplesmente aceitas como uma perda da operação.

 

2 LOGÍSTICA DE PÓS-VENDA

 

Trata-se do fluxo logístico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-vendas, sem uso ou com pouco uso, que são devolvidos. Incluem-se nessa categoria erros de processamento de pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeito ou falhas no funcionamento dos produtos, avarias no transporte, mercadorias em consignação de estação de vendas, pontas de estoque, etc. Trata-se de produtos que podem retornar ao ciclo de negócios agregando-lhes valor comercial. Alguns canais de pós-venda: Revistas, jornais, livros, retorno de e-commerce, retorno de varejo e embalagens retornáveis.

 

3 LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO

 

Operacionaliza o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de consumo descartados pela sociedade, enfim de vida útil ou usados com possibilidade de reutilização, e resíduos industriais que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo pelos canais de distribuição reversos específicos. Esses produtos de pós-consumo poderão originar-se de bens duráveis ou descartáveis que poderão sofrer reuso, normalmente em mercado de segunda mão até atingir o “fim da vida útil”, e desmanche após o produto ser desmontado, componentes poderão ser aproveitados ou remanufaturados,  reciclagem  onde os materiais constituintes são reaproveitados e se constituirão em matérias-primas secundárias retornando ao ciclo produtivo.

No caso de não haver nenhuma dessas possibilidades mencionadas, o produto deverá ter um “destino final” em aterros sanitários, lixões ou sofrerem incineração.          Esses canais reversos apresentam importância crescente, tanto do ponto de vista estratégico empresarial como do ponto econômico, para alguns setores empresariais. Estima-se que atinjam cerca de 35 bilhões de dólares anuais nos Estados Unidos, ou seja, aproximadamente 0,5% do Produto Nacional Bruto (PNB) do país.

Levando-se em conta que as preocupações com esses canais reversos são relativamente recentes, mesmo nesse país, pode-se avaliar que essas cifras aumentarão em poucos anos. O mercado de peças de reposição de automóveis representou um valor econômico de 36 bilhões de dólares em 1997, apresentando 12 mil empresas de desmontagem em atividade atualmente no país. O fluxo reverso de bens de pós-venda pode originar de várias formas, por problemas de desempenho do produto ou por garantias comerciais; ao mesmo tempo, pode se originar em diferentes momentos, da distribuição direta, ou seja, do consumidor final para o varejista ou entre membros da cadeia de distribuição direta.     Dentre os problemas de desempenho mais comuns, podem se citados as avarias de transporte e os defeitos em garantias, enquanto os comerciais são erros de pedido, a limpeza de canal nos elos da cadeia de distribuição, os excessos de estoques, o fim de estação, o fim de vida comercial do produto, os estoques obsoletos, entre outros.                                      

Alguns canais de pós-consumo: Leilões Industriais, automóveis, eletrodomésticos, computadores, periféricos, embalagens descaráveis e resíduos industriais.

 

4 LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS

 

            Apesar de enquadrar-se na logística reversa de pós-venda ou pós-consumo, sua importância faz com que seja classificada numa categoria separada. Com a distribuição a mercados cada vez mais afastados, verifica-se um incremento com gastos de embalagem o que repercute no custo final do produto – dependendo do tipo de produto e de distribuição têm-se a embalagem primária, secundária, terciária, quaternária, e a de quinto nível que é a unidade em contêiner ou embalagens especiais para envio à longa distância. Existe uma tendência mundial de se utilizar embalagens retornáveis, reutilizáveis ou de múltiplas viagens, tendo em vista que o total de resíduos aumenta a cada ano, causando impacto negativo ao meio ambiente.            

Os três tipos de Logística Reversa descritos vão demandar uma série de atividades típicas do processo logístico reverso que se encontram representados na Figura 1.

 

Figura 1 – Atividades típicas do processo de logística reversa                                          

Fonte: Lacerda, 2002

 

Quanto às razões que fazem ou farão com que as empresas se preocupem com a logística reversa, o atendimento das exigências legais acrescido das devoluções de produtos por problemas de qualidade somaram 49%. Seguiram-se os seguintes fatores: consciência ambiental (19%); maior competitividade (17%); e visão do lucro (15%). Na figura 2 veremos graficamente como se apresenta os resultados dessa questão.

 

Figura 2 – Razões para aplicação da logística reversa                                                        

Fonte: O autor

 

5 CONCLUSÃO

 

A Logística Reversa conforme mostrado nos tópicos anteriores pode ser uma fonte de vantagem competitiva para as empresas, conforme mencionado pelos diversos pesquisadores, e na medida em que as cadeias de suprimento que competem entre si, esforçam-se para otimizar a cadeia direta e deixam de lado a cadeia reversa, criam-se oportunidades para gerar vantagens competitivas para as empresas que focam na sua cadeia integral (direta e reversa). Satisfação dos consumidores, sua fidelização e retenção através de serviços que adicionem valor no fluxo de retorno.                                                                                       

Desenvolvimento sustentável que reforce a imagem de marca através da responsabilidade social e ambiental. Oportunidades de redução de custo pela reutilização de materiais de embalagem, como o mostrado no estudo de caso. Otimização da rede reversa, pela escolha adequada de sua tipologia, tendo em conta que todo produto é perecível, que seu valor deprecia-se no tempo, e que o tempo influi no valor de retorno. Da mesma forma que na cadeia direta o gerenciamento da cadeia reversa depende do fluxo de informações, acura cidade, disponibilidade e integração através de ferramentas de apoio.                                    

Da cooperação entre os parceiros da rede, fator relevante para o sucesso das atividades envolvidas na cadeia reversa. No Brasil a reciclagem não ocorre por uma mudança de consciência ecológica e ambiental especialmente no pós-consumo, mas ligada ao aumento do desemprego e a informalidade, isto traz como conseqüência uma rede informal, não organizada, não integrada no nível de informações, resultando em maiores dificuldades no gerenciamento do pós-consumo em caso das empresas terem de responder pelo destino final dos produtos no final de sua vida útil, cuja abrangência de aplicação encontra-se em discussão em órgãos do meio ambiente (CONAMA e Ministério do Meio Ambiente).                                

Na pós-venda, o processo está implementado há mais tempo, não quer dizer que esteja otimizado, apenas que como envolve os clientes finais e traz um impacto de curto prazo na reputação das empresas as ações foram maiores nesta direção. Para os fabricantes (OEM) há uma forte tendência de terceirização das atividades do controle do ciclo de retorno dos produtos, sendo que uma das dificuldades reside na falta de integração das informações na cadeia reversa entre as partes envolvidas, bem como na falta de ferramentas apropriadas para esta integração. 

O desenvolvimento sustentável pressupõe o envolvimento da empresa com as questões do ciclo de vida dos seus produtos, que envolve desde a escolha de materiais a serem utilizados nos produtos e em suas embalagens e que sejam ambientalmente adequados e dentro da concepção do eco design, passando pela manufatura limpa que reduza consumo de materiais, energia, e resíduos, pela distribuição que busque economizar combustível e reduzir a emissão de poluentes, e no controle das cadeias de retorno do pós-venda e pós-consumo que atendam no mínimo as legislações aplicáveis, e participe na conscientização do consumidor em seu papel dentro deste sistema sustentável.                                                                                   

O comprometimento das empresas com relação a estas questões podem-se ser classificados como: Reativas, Pró-ativas e em Fase de agregação de Valor. Empresas em fase Reativa em relação ao meio ambiente são caracterizadas pelo cumprimento da legislação, regulamentos e adequação às pressões externas da sociedade, revelando uma visão introspectiva que não inclui os impactos de seus produtos ou processos ao meio ambiente nas reflexões estratégicas da empresa.                                                                                      

Empresas em Fase Pró-Ativa apresentam a vantagem de se antecipar às novas regulamentações, e mesmo influir nas mesmas, criando uma imagem satisfatória junto ao público e razoável comprometimento da hierarquia superior com os problemas ambientais.         Empresas em Fase de agregação de Valor, revelam grande comprometimento com o meio ambiente integrando-o em sua reflexão estratégica como diferencial competitivo, utiliza a análise de ciclo de vida do produto no sentido de medir os impactos causados ao meio ambiente, projetam produtos para serem facilmente desmontados ou reciclados (Design for Recycling), criam uma relação de comprometimento com o meio ambiente em suas redes de suprimento e distribuição (EPR =Extended Product Responsability), incentivam as diversas áreas especializadas na concepção e operação de redes de distribuição reversas, de sistemas de reciclagens internos e em parcerias nas cadeias reversas (Reverse Supply Chain) e gerando diferencial competitivo através da distribuição reversa.                                                                 

A velocidade com que a Logística Reversa irá se desenvolver para a empresa passar do estágio reativa para de agregação de valor dependerá o estágio em que se encontra o pensamento estratégico em relação à sustentabilidade, e a sua percepção de valor quer nas questões sócio-ambientais que envolvem o pós-consumo, quer na oferta de serviços na pós-venda e as oportunidades de usar esta cadeia reversa como uma vantagem competitiva.                       

O estudo de Caso realizado, não é novo em termos de reutilização de embalagens, mas a identificação da oportunidade, a análise de viabilidade, seguido do redesenho dos processos, e superação da dificuldade de implementação, propiciaram um aprendizado que estimula a empresa a desenvolver outros projetos com a concepção da logística reversa incorporada em sua cadeia logística. A dificuldade já mencionada de integração das informações falta de sistemas de apoio (ferramentas integradas), e problemas de colaboração entre as partes envolvidas são os principais obstáculos depois de vencida a fase inicial de conscientização do valor adicionado pela Logística reversa.

                                                       

REFERÊNCIAS

 

ELIAS DAHER, Cecílio.  Logística Reversa: Oportunidade para Redução de Custos através do Gerenciamento da Cadeia Integrada de Valor. Brasília, DF: Universidade de Brasília, Faculdade de Estudos Sociais Aplicados – FA, Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais – CCA. Disponível em:

<http://eco.unne.edu.ar/contabilidad/costos/VIIIcongreso/081.doc>. Acesso em: 08 Out. 2009.

LEITE, Paulo Roberto. Logística 2003. São Paulo. Disponível em:

< http://www.abmbrasil.com.br/cim/download/Paulo-Leite-Logistica2003.pps>. Acesso em: 10 Out. 2009.

______.Logística Reversa: MEIO AMBIENTE E COMPETIVIDADE. 3ª reimpressão. São Paulo: Pearson, 2008.

 

*Acadêmica do curso de Tecnologia em Desenvolvimento de Recursos Humanos – UNOESC Campus de Fraiburgo, S/C – Assist. Administrativa /Banco do Brasil S/A déborassouza@ibest.com.br

**Acadêmico do curso de Tecnologia em Desenvolvimento de Recursos Humanos – UNOESC Campus de Fraiburgo, S/C –Assist.  Administrativo/Trombini Industrial S/A elizeu_moraes@hotmail.com

***Acadêmico do curso de Tecnologia em Desenvolvimento de Recursos Humanos – UNOESC Campus de Fraiburgo, S/C –Assistente Administrativo, bahr  papéis Ltda m.nunes77@hotmail.com

 

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